sábado, 26 de junho de 2010

Do texto à telona


Certa vez, Jean-Luc Godard, importante cineasta francês, teria dito que grandes obras literárias não se transformam em bons filmes quando transpostas para a telona. Muitos clássicos do papel já foram “violentados” ao longo da história.
No entanto, algumas exceções contrariam a máxima de Godard. Uma delas é Ratos e homens (1992, dir. de Gary Sinise), adaptação do romance homônimo de John Steinbeck.
O mérito do filme é de ter ido além da prosa seca e tortuosa do livro, conferindo maior sensibilidade aos personagens George e Leenie, interpretados de maneira equilibrada por Gary Sinise e John Malkovich, respectivamente.
Tudo bem, Steinbeck foi roteirista do filme; mas, sem a direção discreta e segura de Sinise, não teríamos uma produção à altura do romance.

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Assista ao trailer aqui.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Ao som do Brasil


Apresentação da Orquestra a Base de Cordas contagia Guarapuava


Com direito a bis e ovação da plateia, a Orquestra a Base de Cordas apresentou o concerto “Nosso Som” na noite desta segunda-feira, dia 21 de junho, no auditório da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), campus Santa Cruz.
Indo da valsa à música caipira, o conjunto passeou por um repertório de composições contemporâneas que refletia a diversidade musical brasileira. Mesmo sem conhecer boa parte das canções, o público se identificou com ritmos que fazem parte do “ouvido” coletivo. Não havia como não se sentir familiar com peças que formam o chamado “caldeirão” cultural do país.
Numa palavra, as acadêmicas do curso de Arte/Educação, Tatiane Sabrina Sila e Krisley Motta, definiram o concerto como “excelente”. “A Orquestra a Base de Cordas apresentou um repertório que faz parte das raízes da música brasileira”, definiu Krisley.
Mostrando empatia e carisma, os integrantes do conjunto interagiram com a plateia, explicando a origem das músicas que constavam no programa. Detalhe: boa parte delas era fruto dos próprios membros da Orquestra, que contaram histórias curiosas sobre o processo de criação.
É o caso de “Limão no sovaco”, de autoria de Julião Boêmio. “Fiz essa música em homenagem a um amigo baiano. Certa vez, ele me contou que usava limão no ‘sovaco’ para amenizar o odor. Só que, de tanto usar, ficou com as axilas todas manchadas, ainda mais porque ele saía no sol”, conta rindo Boêmio.
Em sintonia com esse espírito “abaianado”, durante a execução dessa canção o baterista começou a tocar um berimbau, instrumento baiano típico da capoeira. A plateia vibrou quando ele saiu do palco e passou por ela, percorrendo o corredor central ao ritmo da Bahia.
Outro momento inusitado foi a tradicional apresentação dos músicos, que ganhou criatividade. Cada integrante era chamado a se levantar ao som de uma trilha de cinema: “A pantera cor-de-rosa”, “Rock”, “Guerra nas Estrelas” etc. O público entrou na brincadeira, acompanhando tudo com risos e palmas cadenciadas.

ESPONTANEIDADE
Profissionais virtuosos, todos os músicos tiveram oportunidade de mostrar o talento individual nos respectivos solos. João Egashira conta que, apesar da previsão, cada improvisação é única. “O curioso é que nunca conseguimos repetir o mesmo solo ou nota tocada do mesmo jeito, pois aquele momento passou e não volta mais. Por isso, a gente se ‘entrega’ à apresentação, como se fosse a última”, afirma.
E, assim, com bom humor e espontaneidade, a Orquestra a Base de Corda conquistou o público guarapuavano, realizando um concerto ao som da diversidade musical brasileira.

ORQUESTRA
Formado em 1998 pelo maestro Roberto Gnattali, a Orquestra mantém em sua formação atual nove músicos de diferentes instrumentos: bandolim (Rodrigo Simões), piano (Beth Fadel), violão de sete cordas (André Prondóssimo), violino (Helena Bel), violão (Hestevan Prado), violão (João Egashira), Cavaquinho (Julião Boêmio), viola caipira (Junior Bier) e percussão (Luis Rolin).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Livre como uma borboleta


Para quem conhece a série Oz, reprisada nas madrugadas do SBT, o filme Papillon (1973, dir. Fanklin J. Schaffner) cai bem. Ou melhor, cai mal, pois suas cenas são mais fortes e angustiantes.
Em comum, série e filme apresentam a vida difícil atrás das grades. No entanto, as semelhanças param por aí. O filme com Steven McQueen e Dustin Hoffman tortura o espectador, confinando-o aos espaços enfrentados por Hanri “Papillon” Charriere. É emblemática a cena em que ele quase morre de fome, encarcerado durante dois anos na solitária, comendo insetos e enlouquecendo aos poucos.
O longa-metragem não se preocupa em discutir se o personagem é culpado; ou se o criminoso merece o perdão. O mais importante é mostrar toda a obsessão de Papillon pela liberdade; o que é justo, afinal. Quem não gosta de ser livre?
Livre como a borboleta tatuada no peito do personagem.

domingo, 6 de junho de 2010

Medão


Ultimamente, bons filhos de terror têm seguido a trilha deixada por A bruxa de Blair (1999): medo psicológico, falso documentário, baixo orçamentário e nervos à flor da pele (do espectador, é claro!).
O espanhol Rec fez isso em 2007; e agora, temos Atividade paranormal (2007, dir. Oren Peli). Lançado de maneira despretensiosa, o filme foi crescendo nas bilheterias mundo afora até chegar ao Brasil.
Disponível em DVD, essa produção dá um baita medão, pode acreditar. Ou melhor, “acredite se quiser”, pois o enredo se baseia na presença de espíritos na vida de um jovem casal.
Sem banhos de sangue ou mocinhas peitudas correndo para o lado errado, a ação se concentra somente em dois atores durante uma hora e meia. Gradativamente, a coisa vai piorando até chegar ao desfecho final. Desafio-o, inimigo leitor, a assisti-lo.

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