segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

História sobre um contador de histórias

(Foto: marciobrasil7.blogspot.com)
O escritor Moacyr Scliar, que morreu neste domingo, 27 de fevereiro, aos 73 anos

Fui pego de surpresa com a morte de Moacyr Scliar. Sabia que ele estava internado em decorrência de um AVC, mas não sabia que era tão grave a ponto de provocar sua morte; como de fato aconteceu.
Muito se falou e ainda se falará sobre a importância da obra de Scliar para a literatura, principalmente para os estudos sobre judaísmo, temática frequente nos romances do escritor gaúcho. Particularmente, gosto mais dos contos e da crônicas escritas ao longo dos últimos anos numa coluna semanal publicada pelo jornal Folha de S. Paulo. Era interessante notar que o autor se baseava em notícias publicadas durante a semana para formular textos que se aproximavam bastante do gênero do conto.
A despeito dessas divagações literárias, gostaria de me ater a um fato prosaico sobre a vida de Moacyr Scliar. Refiro-me aos dois encontros que tive com ele; na condição de fã, que fique bem claro. Um aconteceu em 1998, durante um evento acadêmico em Foz do Iguaçu; e o outro foi em 2000, na cidade de Maringá, no mesmo tipo de congresso.
Infelizmente, nas duas ocasiões, o contato foi muito rápido, coisa assim de poucos minutos. Tempo suficiente apenas para pegar um autógrafo em livros de sua autoria, como é de praxe. Pelo menos, no segundo encontro, tive a oportunidade de assistir a uma palestra dele num cinema. Foi a primeira e única vez em que estive numa sala de cinema para um encontro literário. Lembro-me que o próprio Scliar atentou para o fato.
Ao final da palestra, quando fui pegar o tradicional autógrafo, uma amiga, lá de Marialva, apontou exatamente para o conto de sua preferência, de uma coletânea, e pediu que o escritor assinasse ali. Scliar achou engraçado o pedido e fez com muito gosto.
É uma história que relembro com prazer, apesar do momento triste.

Oscar previsível

(Foto: Folha.com)
A vencedora do Oscar de Melhor Atriz, Natalie Portman


Após três horas de transmissão, a cerimônia do Oscar deste domingo (27 fev.), como acontece quase todos os anos, foi previsível no formato e na premiação. Piadas, montagens engraçadinhas, homenagens, números musicais, glamour, enfim, tudo aquilo que já se viu nas outras 82 edições anteriores.
Natalie Portman, Colin Firth, Tom Hooper e O Discurso do Rei confirmaram seu favoritismo levando, respectivamente, os prêmios de Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Diretor e Melhor Filme. Uma pena que faltou novamente ousadia aos 6.000 votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que preferiram o convencional O Discurso do Rei como melhor filme (entregue por Steven Spielberg). Poderia ter sido, por exemplo, A Origem, do genial Chris Nolan, ou Cisne Negro, de Darren Aronofsky; ou ainda Toy Story 3, que seria o primeiro desenho animado a ganhar a estatueta dourada. Mas não adianta, o Oscar tem mistérios que escapam a nossa vã filosofia, parafraseando pela enésima vez Shakespeare.
Pelo menos, Natalie Portman recebeu, segundo boa parte dos críticos, o merecido prêmio. Quem diria que aquela menina melancólica do filme O profissional (1994, dir. Luc Besson), quando fez parceria dramática com Jean Reno, se tornaria uma atriz de sucesso e “oscarizada”.

Homenagens
Ponto alto da cerimônia foram as homenagens prestadas a Billy Crystal, Francis Ford Coppola e Eli Wallach.
Durante muitos anos, o comediante Crystal foi o mestre de cerimônias do Oscar. Para alguns, um chato de galocha; para outros, a alma do prêmio. Levando-se em conta os apresentadores dos últimos anos, por incrível que pareça dá saudades de Crystal.
Quanto a Coppola e Wallach, homenagem mais do que merecida, principalmente ao segundo, um dos grandes destaques do western spaghetti e da série Trinitty. Recentemente, apesar dos mais de 90 anos, Wallach esteve em O escritor fantasma (2010, dir. Roman Polanski).

Mãos abanando
Para os brasileiros que torciam pelo documentário Lixo Extraordinário, o sonho acabou à meia-noite e vinte. Como já é tradição, o Brasil não conseguiu o tão sonhado Oscar. Fica, quem sabe, pra 2012.
Se serve de consolo, a produção Bravura Indômita concorria a 10 prêmios e não levou nada; bom, talvez o troféu "Mãos Abanando" para os irmãos Coen.


*****O filme O Discurso do Rei levou quatro estatuetas, incluindo Melhor Filme e Ator:



******Por sua vez, Bravura Indômita não levou nada:

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Acompanhe comentário em vídeo sobre “mortos-vivos”

Não é apenas de vampiros que a indústria do cinema se alimenta. Também tem espaço para o gênero dos mortos-vivos, tradição que remonta a George Romero.
Veja o vídeo produzido pelo Nova Estampa sobre as produções mais recentes, da TV e do cinema, que abordam as figuras comedoras de cérebro.


*****ATENÇÃO: agora, vídeo em alta definição:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Novo blog no ar


Lançado originalmente em 2010, o antigo Folhão mudou e agora se tornou Nova Estampa, um blog inserido no jornalismo cultural que aborda assuntos relacionados a cinema, literatura, música, quadrinhos, enfim, tudo aquilo que pertence ao universo pop, sem distinção entre "alta" ou "baixa" cultura. Em uma palavra, o Nova Estampa cobre as pautas fundamentais e qualificadas.
Com enfoque em duas grandes frentes, crítica e reportagem, o blog tem como missão o texto analítico-interpretativo e o bom humor nas abordagens. Logo, no primeiro post da nova fase, uma resenha sobre o mais recente filme de George Romero no gênero "morto-vivo".
Assim, aos antigos leitores do Folhão, fica o convite para permanecerem no Nova Estampa; aos novos leitores, saudações; e, aos leitores que acompanham a coluna Cinemania no jornal Folha de Irati, textos, áudios e vídeos.
A toda semana, atualizações diárias do Nova Estampa.

Um veterano em forma


O cinema deve muito a George Romero. Graças a ele, surgiu o “morto-vivo”, um subgênero do Horror que trata de filmes sobre zumbis, ou melhor, criaturas que já morreram e, sem uma explicação plausível, retornaram para devorar os vivos.
O já clássico A noite dos mortos-vivos (1968) inaugurou uma tradição que influenciou várias gerações. No cinema contemporâneo, alguns ótimos exemplos: Zumbilândia (2009, dir. Ruben Fleischer), Rec (2007, dir. Jaume Balagueró e Paco Plaza) e “Rec 2” (2009); e, na TV a cabo, a série The Walking Dead.
Mesmo com mais de 70 anos de idade, Romero continua na ativa. Prova disso é A ilha dos mortos (2009). Mais uma vez, os zumbis estão em cena, só que à la Romero: lentos, mortíferos e sarcásticos. E, para piorar, violando uma pacata ilha.
Viva George Romero!

*****Confira o trailer:

domingo, 13 de fevereiro de 2011

De volta aos 80


Definitivamente, os anos 80 voltaram.
E não é apenas nas ombreiras ou nas cores berrantes do Restart; está na música e no cinema. (Só um parêntese: engraçado que, apesar da moda colorida de roupas e óculos, a Blitz do Evandro Mesquita se mantém discreta e sóbria no figurino).
Tome-se um filme como Os Mercenários (2010, dir. Sylvester Stallone). Do diretor aos atores principais, parece que voltamos 20 anos no tempo. À uma época de heróis invencíveis e missões suicidas, com direito a cenas de tiroteiro e muitas, muitas explosões.
Nos anos 80, a testosterona escorria nos filmes estrelados por Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Dolph Lundgren. E eles estão reunidos nesse Os Mercenários, que, inclusive, é fruto da imaginação do próprio Stallone.
Não sei se para o bem ou para o mal, mas os anos 80 estão aí.


*****Confira o trailer: