terça-feira, 13 de julho de 2010

Morre autor de “American Splendor”


O mundo dos quadrinhos está menos cinza e melancólico. Ontem, 12 de julho, morreu Harvey Pekar, de 70 anos, o criador da série American Splendor. Traduzidas no Brasil como Anti-Herói Americano, as histórias em quadrinhos de Pekar romperam com o arquétipo maniqueísta e espetaculoso do tradicional gibi de super-herói. Ao enfocar o cotidiano simples e tedioso do homem comum, Pekar renovou as HQs nos anos 70 do século 20.
Na verdade, ele fez parte de um movimento alternativo, que remava contra a maré dominante da Marvel e da DC Comics, gigantes na indústria norte-americana de quadrinhos. Além de Pekar, autores como Robert Crumb, com seu Fritz, The Cat, também fizeram parte dessa tendência. Inclusive, Crumb foi um dos artistas que deram forma e traço ao roteiro de Peaker.
No universo de American Splendor, destacavam-se a vida e as manias do autor, recriado em seus quadrinhos como um protagonista nada gentil e simpático. Ao contrário, ele era ranzinza e melancólico, filtrando o mundo por meio de seu pessimismo e desesperança.
Em 2003, Shari Springer Berman e Robert Pulcine levaram os quadrinhos de Peaker para o filme Anti-Herói Americano, adaptando seu universo ficcional a uma espécie de “metacinema”. Para o papel de Pekar, o ator Paul Giamatti. O filme conquistou o prêmio especial do júri no Sundance Film Festival naquele ano.
O autor se foi, mas sua obra permanece como um dos melhores retratos do cotidiano nada heroico do homem comum.

Veja trailer de Anti-herói americano aqui.

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