O conto “O gato preto” é uma das histórias que compõe o filme Muralhas do Pavor
Abrindo o primeiro dia da mostra Vincent Price Faces da Morte, o Cine Unicentro exibiu sessão dupla com O Corvo (1963) e Muralhas do Pavor (1962) nesta segunda-feira (7), no câmpus Santa Cruz da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste). Promovido pelo Cine Sesc, com apoio do NPCinema (Núcleo de Produção e Pesquisa em Cinema), o festival presta homenagem ao ator Vincent Price (1911-1993).
O público que acompanhou a exibição daquela noite pôde conferir dois bons exemplos de um tipo de cinematografia que marcou época: o chamado “Filme B”. Com poucos recursos (orçamento e efeitos especiais) e muita criatividade, cineastas fizeram história e a alegria de fãs ao produzirem obras que se tornaram, com o passar do tempo, cult.
E a primeira noite da mostra promovida pelo Cine Sesc resume essa produção. “Tanto em O Corvo quanto em Muralhas do Pavor temos nomes emblemáticos do 'Filme B': Vincent Price, Peter Lorre, Boris Karloff e Roger Corman. Eles são a essência desse tipo de cinema”, explica o coordenador do NPCinema e professor do Departamento de Comunicação Social da Unicentro, Anderson Costa.
Debatendo com o público do Cine Unicentro, Costa destacou a importância do diretor dos filmes estrelados por Price: Roger Corman. Segundo o professor, Corman foi responsável por produzir pelo menos mais de 200 filmes ao longo de sua vida (Costa diz que o jornal Folha de S.Paulo fez as contas e chegou ao número 500), tornando-se uma referência no cinema. E não apenas para o universo “B”, já que diretores como Martin Scorsese (Taxi Driver, Os Infiltrados, Ilha do Medo) e Francis Ford Coppola (O Poderoso Chefão, Apocalipse Now) foram revelados pelo decano cineasta.
Quanto a Price, Lorre e Karloff, o coordenador do NPCinema detalhou o modo como seus rostos ficaram associados ao cinema de Horror.
Falando mais especificamente sobre O Corvo e Muralhas do Pavor, Costa identificou neles alguns elementos essenciais para o sucesso do “Filme B” (ditos durante uma entrevista de Karloff): ação, diálogos refinados, sensualidade e fantasia.
EDGARD ALLAN POE
Adaptados da obra do escritor norte-americano Edgar Allan Poe, os dois longas levaram às telonas o poema “O Corvo” (no filme homônimo) e três contos (em Muralhas do Pavor). Mas, na passagem da literatura para o cinema, os textos serviram apenas como ponto de partida.
“Apesar de se afastarem muito do universo de Poe, os dois filmes conseguiram usar muito bem a obra desse escritor para criarem um mundo do Horror”, explica Costa.
O professor aproveita para esclarecer que não se deve buscar na adaptação cinematográfica uma correspondência fidedigna ao texto literário. Tanto um quanto o outro pertencem a universos ficcionais diferentes, que obedecem a regras próprias.
PROGRAMAÇÃO
Na segunda noite da mostra Vincent Price Faces da Morte, será exibido As sete máscaras da morte (1973). Dirigida por Douglas Hickocx, é uma produção que narra a história de um ator canastrão (Vincent Price) especializado em interpretar W. Shakespeare. Quando ele não ganha determinado prêmio, resolve eliminar os críticos que fizeram parte do júri.
Com entrada franca, a sessão tem início às 19h30min no Cine Unicentro.
(Imagem: sky.com.br)
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