sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vade retro, Satanás!


Obra-prima do cinema norte-americano é lançada em DVD

(Imagem: multiplot.wordpress.com)


Único filme dirigido pelo ator Charles Laughton, O Mensageiro do Diabo (1955) é uma adaptação do romance homônimo de Davis Grubb que apresenta uma história de mistério, terror e sobrenatural.


Lançado na distante década de 50 do século 20, esse longa-metragem é um projeto particular de Laughton, que enfrentou resistência dos estúdios norte-americanos à época de seu lançamento. Apesar de escrito, produzido e dirigido em solo ianque, não tinha o apelo comercial que se esperava. Segundo críticos de cinema, O Mensageiro do Diabo estava mais para o “cinema de arte”.



Passados mais de 50 anos de sua estreia, o filme provou que eles estavam certos num ponto: é uma obra-prima do cinema. Para o bem e para o mal, esse componente artístico fez com que a produção de Laughton permanecesse na história cultural; e também decretou seu fiasco de bilheteria. Ou não, já que seu estúdio, a MGM (Metro Goldwin Mayer), sabotou a divulgação do lançamento.



Polêmicas à parte, importa dizer que O Mensageiro do Diabo, a despeito de seu “status de arte”, não é um filme difícil de assistir e tampouco simplório demais. Tem ingredientes na medida certa, refinados pelo olhar aguçado de seu diretor, que foi buscar inspiração no cinema mudo e no expressionismo alemão.



Tudo isso para contar uma história horripilante, de medo e magia. De posse da informação de que existe uma boa quantia de dinheiro escondida com uma família, o reverendo Harry Powell (Robert Mitchum) seduz jovem viúva e passa a atazanar a vida de duas crianças; pois estas sabem do paradeiro da fortuna.



Diante dos outros, Powell passa imagem de fé ardorosa e retidão moral; mas, no íntimo, ele é um cara assustador e psicopata. Diante de seu olhar ao mesmo tempo sedutor e assustador, temos a impressão de que é o próprio tinhoso em pessoa, o coisa ruim, o príncipe das trevas. Em suma, o enviado do “cão de zorba”.



Somente o pequeno John (Billy Chapin) percebe isso logo de cara.



Além da direção e da fotografia, destaque para a atuação de Robert Mitchum na pele do reverendo satânico. É de dar medo e calafrios, principalmente quando são mostradas as tatuagens de seus dedos: “amor” e “ódio”. Vade retro, Satanás!



SERVIÇO:

DVD: O Mensageiro do Diabo (1955), 93 min

Direção: Charles Laughton

Preço: R$ 39,90 (sem o frete)

Onde encontrar: www.saraiva.com.br



(Imagem: www.saraiva.com.br)



Um comentário:

  1. Assisti ao filme e fiquei aterrorizada!

    Ademais da ótima avaliação do blog "Nova Estampa" - com a qual concordo inteiramente - um dos destaques desta produção é a trilha sonora. As músicas religiosas quando interpretadas pelo "protagonista do mal" ganharam uma conotação que arrepiam a alma!

    Enfim: brilhante!

    Abraços,
    Adriana.

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