Todos têm opinião sobre o Gloria. Arrisco dizer que a grande maioria, errada. O quinteto paulistano ficou alguns anos no selo Arsenal. Acabou, por comodismo de crítica, colocado no mesmo pacote dos expoentes de lá. Longe de criticar o rock feito pelas bandas do selo, pelo contrário. Mas estamos falando de música! E não de rock tatuado com aderência de público como base de comparação.
Se me perguntarem o que é (Re)Nascido, diria que é o disco de metal mais impactante e bem produzido (por eles mesmos e João Milliet) desde sei lá quando no país.
O segredo do Gloria, e do disco, está na combinação de alguns elementos. Duas guitarras - de Peres e Elliot - em afinação baixa, pesadas e graves como quando Tony Iommi primeiro fez uso do recurso. Uma chuva de riffs que costuram as músicas em duelos. A seção rítmica na cozinha baixo (Johnny) e bateria (gravada por Eloy Casagrande) em levadas de dois bumbos por vezes aceleradas e em outras em batidas quebradas a responder às 12 cordas de guitarra. O vocal com preponderância do gutural de Mi, mas por vezes suavizado pelo backing melódico de Elliot. E esta é a única vez que você vai ler ou ouvir sobre suavidade no trabalho.
Apenas é simplista cravá-lo como disco de metal basicamente por isso. Não há uso de agudos-quebra-cristal nem de virtuosismo exibicionista. O que há em (Re)Nascido é raiva contida em 11 cápsulas sonoras. É ira que impulsiona. Sem freio, nem meias palavras. Só fúria. Lufada que mostra que o rock pode vir a ser transgressor novamente. Afinal, não é exatamente por isso que viciamos nele?
(Re)Nascido é um lançamento do próprio selo da banda Gloria e está disponível para download gratuito no site.
(Texto: Luiz Pimentel)
Concordo Plenamente...baixei o disco a 2 semanas e ouvi o mesmo por mais de 30 vezes...
ResponderExcluirChego a ouvir o álbum por 2 vezes seguida...
E olha que sou exigente ao ouvir rock...
Creio que seja o melhor disco álbum de Rock Nacional.