terça-feira, 12 de abril de 2011

Do rejoneador ao laçador

(Foto: siteobaterista.blogspot.com)
O embate entre touro e rejoneador é o foco do filme de Baggio


Acabo de assistir aos documentários Rejoneo (2010, dir. Eduardo Baggio, 5 min.) e Caminhão de Cavalo (2009, dir. Adriano Justino, 10 min.) no Cinema Unicentro, do campus Santa Cruz da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste). A sessão ocorreu às 19h30min desta terça-feira, 12 de abril.
Primeiro, o que chama atenção é o fato de que o gênero desses dois filmes não é fácil de ser encontrado para exibição nos cinemas brasileiros. Claro que o apoio do projeto Cine Sesc Paraná e o fato de ser uma sala de cinema não-comercial ajudaram bastante na viabilidade do evento. Mas, mesmo assim, não deixa de ser notável reparar no público expressivo, que se dispôs a assistir a dois curta-metragens no formato documentário.
E, segundo, a proposta estética das duas produções. Dirigido por Eduardo Baggio, professor de cinema e um dos responsáveis por Amadores do Futebol (2007), Rejonero é feito todo a partir da colagem de fotografias do espetáculo Rejonero, um tipo de tourada em que o toureiro (ou rejoneador) faz sua arte montado a cavalo; é muito comum no sul da Espanha e em Portugal. Em imagens aceleradas e dessincronizadas, Baggio se apropria da técnica fotográfica para desconstruir a linguagem cinematográfica, o gênero documentário e a própria festa.
Fazendo ponte com esse filme, Caminhão de Cavalo apresenta o universo dos animais a partir da história de dois laçadores que percorrem as ruas da cidade de São Paulo. Eles têm uma missão menos glamourosa que a figura do rejoneador do outro curta-metragem: capturar cavalos e bois que circulam livres por aquela metrópole. Nessa missão, destaque para as imagens da sujeira e o modo bruto dos laçadores. Adriano Justino preferiu usar uma estética mais próxima do estilo de documentaristas como Eduardo Coutinho, ou seja, sem narração ou interferência de um narrador. São imagens montadas de modo a falar por si próprias.

2 comentários:

  1. Saudações, Cristiano. Estou bem atrasado na leitura dos posts, mas sempre dou um pulo por aqui. Legal o texto sobre os docs. Gosto bastante do Baggio, ele é um cara super legal e tem um trabalho bem interessante.
    Parabéns mais uma vez pelo blogue. Abração.

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  2. Olá, Anderson.

    Valeu pelo comentário.
    Eu conheci o Baggio no ano passado e, realmente, é um cara muito legal. Ótimo diretor e pesquisador.

    Até.

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