segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Denise refeita

Após intervalo de nove anos, atriz iratiense retorna à terra natal com a peça “Louise Bourgeois: Faço, Desfaço e Refaço”

(Divulgação)

O público iratiense já estava carente. Desde que saiu da terra natal, nos distantes anos de 1960, a atriz, diretora e dramaturga Denise Stoklos se apresentou poucas vezes para seus conterrâneos. Pudera, uma das atrizes mais requisitadas do moderno teatro internacional tem uma agenda bastante cheia. A última vez tinha sido lá, em 2003.

Mas, a espera terminou, pois o público poderá acompanhar cinco sessões da peça “Louise Bourgeois: Faço, Desfaço e Refaço” a partir desta terça-feira (28), no campus Irati da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste). Com entrada franca, o espetáculo ocorrerá nos seguintes dias e horários: terça-feira (28), às 14 h e às 20h30min; quarta-feira (29), às 14 h e às 20h30min; e quinta-feira (1o), às 14 h.

Tendo como palco o auditório que leva seu nome, Denise apresentará um espetáculo teatral montado a partir dos textos e cenários da artista plástica Louise Bourgeois. Francesa de nascimento, Louise, hoje com 93 anos, é radicada nos Estados Unidos desde 1938. Ao longo de sua carreira produziu trabalhos artísticos de forte conteúdo psicológico, que tratam de temas como o medo, a perda de controle e a vulnerabilidade humana.

No processo de montagem da peça, Denise traduziu e adaptou o material de Louise, seguindo os fundamentos do Teatro Essencial (método criado pela própria Denise, que consiste no uso exclusivo da matéria-prima do ator: voz, corpo, inteligência e intuição).

A estreia de “Louise Bourgeois: Faço, Desfaço e Refaço” foi em fevereiro de 2000, no Teatro La Mama, em Nova Iorque. Durante todo o processo, Louise participou ativamente dos ensaios com a artista iratiense.

E o resultado de mais essa produção de Denise Stoklos pode ser conferido pelo público local no campus Irati da Unicentro.

(Com informações de Assessoria de Imprensa)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Efeitos especiais dão o tom de “Imortais”


Produção norte-americana apresenta trama sobre mitologia grega

 (adorocinema.com.br)

No princípio, eram os deuses e suas manias tipicamente mortais. Traição, soberba, cobiça, inveja, enfim, todos esses defeitos tão próximos de nós; mas levados à sétima potência, pois, afinal, estamos falando de seres extremamente poderosos e imortais. Na Antiguidade Clássica, os gregos cultuavam essas divindades em diversos rituais, tais como, por exemplo, de fertilização.

Acompanhando o espírito da época, a literatura grega trazia personagens inspirados nos vícios e qualidades dos deuses.

Séculos depois, o cinema também foi buscar inspiração na mitologia clássica para produzir obras de grande apelo ao público. É o caso de Fúria de Titãs (1981/2010) e Troia (2004).

A mais recente incursão no tema é Imortais (2011, 110 min), que estreia nesta sexta-feira (17) no Cine Irati (a 150 km de Curitiba), às 21 horas, com cópia dublada.

Dirigido por Tarsem Singh, o longa-metragem apresenta trama que reúne os ingredientes básicos do gênero: na busca pelo poder, o rei Hiperion (Mickey Rourke) promove destruição e caos na Grécia antiga. No lado dos mocinhos, Theseus (Henry Cavill).

Se o andamento narrativo de Imortais deixa um pouco a desejar, sobram cenas de alto impacto e efeitos especiais delirantes.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Bandas brasileiras participam de projeto musical

A partir de março, a Mix tv e a Mix FM iniciam as gravações do projeto Mix Ao Vivo - Álbuns Clássicos, que prevê shows de artistas com releituras de álbuns que foram marcantes na cena musical brasileira.

A iniciativa chega de forma diferente: ao invés de misturar os sucessos de cada banda ao longo de sua trajetória, Paralamas do Sucesso, O Rappa, Ultraje a Rigor, Skank, Titãs e Capital Inicial tocam ao vivo, para uma plateia seleta, faixa a faixa de um disco clássico de cada um deles. São eles, respectivamente: Selvagem, Lado A Lado B, Nós Vamos Invadir Sua Praia, Cosmotron, Cabeça Dinossauro e Capital Inicial.

O Mix Ao Vivo - Álbuns Clássicos será um programa mensal que, além do show, incluirá entrevistas e cenas de bastidores da gravação. Também será transmitido pela Mix FM e pelo site da Mix tv.

(Assessoria de Imprensa)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Boss in Drama lança clipe e single digital com remix de “Disco Karma”

 (Divulgação)


Já está no ar o novo clipe do Boss in Drama. Dirigido por Rafael Kent, a versão em vídeo de “Disco Karma” segue o conceito da música: é leve, ensolarado e divertido.

"Queríamos fazer um clipe de dança. Não aquela dança coreografada de vídeos de música pop, mas sim a interpretação pessoal de cada dançarino de diferentes estilos para a música. Gravamos desde raggastreet até dança contemporânea. Como diz a letra, let the music take control!", explica Péricles Martins, idealizador do Boss in Drama. 

Além dos dançarinos, o clipe traz a participação da cantora australiana Christel Escosa, que fez o dueto com Martins no álbum. 

Também a partir de hoje, está disponível no iTunes a versão club mix de “Disco Karma”. E foi o próprio sucesso deste single que originou o remix. “As pessoas sempre vinham me pedir pra tocar 'Disco Karma' na pista de dança, mas a versão original funciona mais numa pool party num dia ensolarado que num clube às 3 da manhã. Daí surgiu a ideia de fazer esse club mix, uma versão mais nervosa da música pra DJ bombar a pista de dança!”, conta o artista.



“Disco Karma” foi lançada no álbum de estreia do Boss in Drama, Pure Gold, que, entre outros prêmios, foi considerado um dos 10 melhores discos do ano pela revista Rolling Stone. O single digital, com a versão original e o club mix, já está disponível no iTunes.

(Assessoria de Imprensa)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um enigma pop


Em O jogo de sombras, segundo filme da franquia, Guy Ritchie radicaliza ainda mais na sua releitura do detetive Sherlock Holmes

 (www.adorocinema.com.br)

Na literatura policial de estilo enigmático, cuja tradição começa com o detetive C. Auguste Dupin de Edgar Allan Poe, o personagem Sherlock Holmes (criado por Arthur Conan Doyle) é um dos mais famosos investigadores. Com suas histórias repletas de enigmas a serem desvendados por sua mente engenhosa, Holmes se tornou mundialmente conhecido, até mesmo para quem nunca leu suas aventuras.

Apesar dessa popularidade, o cinema ainda não havia conseguido realizar uma adaptação de mesmo sucesso. Havia. Pois, em 2009, os espectadores conheciam aquela que seria a versão mais pop e divertida do personagem: Sherlock Holmes. Estrelada pelo genial Robert Downey Jr., essa produção norte-americana mantinha as características principais de Holmes (inteligência, sarcasmo e charme), com o acréscimo de humor e agilidade física, com cenas de ação de fazer inveja a filmes do gênero.

O responsável por tudo isso? O diretor britânico Guy Ritchie, um dos expoentes do chamado novo cinema inglês, ao final dos anos de 1990, com Jogos, trapaças e dois canos fumegantes (1998) e Snatch: porcos e diamantes (2000).

Agora, Ritchie e o mesmo elenco do primeiro filme retornam em Sherlock Holmes: O jogo de sombras (2011), que estreia nesta sexta-feira (10) no Cine Irati, às 21 horas.

Na nova aventura da franquia, Sherlock Holmes se depara com um enigma ainda maior e mais sinistro. Alguém pretende provocar uma guerra mundial e lucrar com isso; além, é claro, do mal à humanidade. E a mente ardilosa por trás de tudo isso só podia ser James Moriarty (Jared Harris), um destacado professor universitário que, nas histórias de Conan Doyle, se tornaria o arquirrival de Holmes.

Em tudo, Moriarty é um adversário à altura do detetive: inteligente, rico, famoso. Enfim, seria a contra face de Holmes, mas a serviço do mal.

Para ajudá-lo na investigação desse mistério, que atravessa vários países, o fiel Dr. Watson (Jude Law) e a cigana Simza (Noomi Rapace). E mais a participação do irmão ao mesmo tempo preguiçoso e brilhante do detetive, Mycroft (Stephen Fry). 

O duelo entre Sherlock Holmes e Moriarty é a grande atração deste final de semana em Irati. Na literatura, os dois terminaram mortos (mais tarde, Conan Doyle foi obrigado a ressuscitar o personagem); no cinema, a surpresa fica para o final.

CRÍTICA: Ação em alta voltagem


Como diz o ditado, “em time que está ganhando, não se mexe”. Por isso, o diretor Guy Ritchie resolveu repetir a fórmula de sucesso de Sherlock Holmes (2009) na segunda aventura do detetive inglês: Sherlock Holmes: O jogo de sombras (2011).

Agora em cartaz no Cine Irati, o longa-metragem põe em cena o famoso duelo entre duas das mais engenhosas mentes do final do século 19. De um lado, o bandido Moriarty, que usa sua inteligência para praticar o mal; do outro, a serviço da justiça, o detetive Sherlock Holmes.

Mais solto e à vontade com o personagem mais conhecido da literatura policial (criado por Arthur Conan Doyle), Ritchie capricha nas cenas de ação e nos cenários vertiginosos. Isso sem falar do elenco inspirado.

Os fãs fundamentalistas que me perdoem, mas Sherlock Holmes nunca foi tão pop e interessante no cinema.

Em Irati, recital “Livro-me!” apresenta mistura de teatro, literatura e música


Subindo ao palco inusitado de um estacionamento, o espetáculo “Livro-me!” estreia neste sábado (11) na cidade de Irati (150 km de Curitiba). A ideia principal do recital é misturar diversas linguagens (teatral, literária e musical) e artistas para compor sua expressão criativa.

Concebido e dirigido por Emerson Rechenberg, da Casa de Artes Helena Kolody, “Livro-me!” é um projeto que começou a ser preparado em dezembro do ano passado. Nessa primeira edição, de uma temporada que pode se tornar mensal, foram convidados novos autores e músicos (sobretudo de Irati) para se apresentarem durante o recital.

Em entrevista ao NOVA ESTAMPA, o diretor conversa sobre a proposta do recital, a montagem de sua estrutura, o repertório e a cena artística em Irati.

********************************************

1. Como se estrutura o recital, uma vez que combina teatro, literatura e música? Como será a participação dos artistas convidados?
A estrutura estética está embutida no conceito inicial, ou seja, "livrar-se" de. Obviamente no sentido positivo, de expor, de mostrar, e com isso abrir espaço para novas ideias. Assim sendo, para essa primeira edição, criei uma atmosfera circular, quase ritual, aproveitando o espaço físico escolhido, que é ao ar livre. O público estará no centro, e todo o elenco ao seu redor. Na roteirização, procurei alternar os novos e os consagrados, sem uma distinção clara. Os convidados participaram em suas respectivas áreas, lendo, cantando, ou interpretando certas cenas.

2. Como surgiu a ideia/concepção de "Livro-me!"?
Há mais de um ano me veio esse nome e essa estruturação. Participo de um grupo de pessoas que ainda mantém seus blogs ativos, e que por conta das redes sociais acabaram perdendo espaço. Ou seja, algo tão recente como um blog já é quase obsoleto. Porém, ao mesmo tempo em que se esvazia, vejo uma tentativa de continuidade por parte de alguns jovens autores. Dificilmente os blogs virariam livros, seriam editados. E é desse processo todo que o evento surge.

3. Qual foi o tempo de preparação?
Eu venho trabalhando nele há vários meses, escolhendo e selecionando os autores, até porque essa é uma primeira edição, que deverá acontecer mensalmente, e a cada edição com novos autores e compositores. Portanto, já estou pensando nos próximos. Com essa equipe, temos trabalhado desde dezembro passado. Na escolha dos homenageados, das músicas, na gravação das inéditas. Cabe ressaltar que o formato será sempre o mesmo: dois jovens autores, dois jovens compositores, e os quatro escolhem os homenageados.

4. Qual é o repertório do espetáculo?
Bem, além dos textos escritos pela Daniela Piva e por mim, escolhemos Baudelaire e Clarice Lispector como homenageados nesta edição. Depois convidei Amanda Jones, uma compositora de Irati, que tem um belíssimo trabalho, ainda desconhecido. E completei o time com o Paulo Alexandre, músico e ator formado nesse trabalho que desenvolvo aqui há três anos. A Amanda e o Paulo musicaram alguns poemas nossos também. Para fechar, a Daniela escolheu Elis Regina, que por coincidência tem sido muito citada por conta do trigésimo aniversário de falecimento, e eu escolhi o Morrissey, ex-líder dos Smiths, que é a banda que influenciou toda uma geração do Indie Rock.

6. Na sua opinião, como anda a cena artística em Irati? 
Meus quase 20 anos de vida artística me dão um panorama claro: ainda acho uma cena tímida, como em qualquer lugar do Brasil. Ainda se espera muito do poder público, que nunca fez e nunca fará nada. Parte do meu trabalho aqui, e nas outras cidades que trabalho, é embutir definitivamente na cabeça dos artistas locais, que a responsabilidade é nossa. Bons trabalhos, ousadia e muito esforço permitem que se construa uma cena. Já vejo avanços, já percebo pessoas com essa vontade. Tem-se progredido, a passos lentos e firmes. Mas é um trabalho que não tem fim.

APOIO
A realização do espetáculo “Livro-me!” conta com apoio da Associação Cultural Regional de Irati, da Biblioteca Pública Municipal e da Livraria Centenário.

SERVIÇO
Espetáculo: “Livro-me!”, com direção de Emerson Rechenberg
Apresentação: sábado (11)
Local: Estacionamento da Feira do Produtor Iratiense (onde será a futura sede da ACRI)
Horário: 21h
Valor: R$ 10,00 (à venda na Livraria Centenário e na Biblioteca Municipal)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ideias fora do lugar


Misturando diversas linguagens, o recital “Livro-me!” é um espaço de liberdade para a expressão cultural



O recital cênico/poético/musical “Livro-me!” é a mais nova atração na cena cultural de Irati (a 150 km de Curitiba). Do palco inusitado (um estacionamento) à concepção, prevalece a liberdade de ideias, formatos e expressão.

Concebido e dirigido por Emerson Rechenberg, da Casa de Artes Helena Kolody, “Livro-me!” é um projeto que começou a ser preparado em dezembro do ano passado. Nessa primeira edição, de uma temporada que pode se tornar mensal, foram convidados novos autores e músicos (sobretudo de Irati) para se apresentarem durante o recital.

Rechenberg explica que o objetivo do espetáculo eclético tem a ver, é claro, com o título: livrar, expor novas ideias. “Há mais de um ano me veio esse nome e essa estruturação. Participo de um grupo de pessoas que ainda mantém seus blogs ativos e que, por conta das redes sociais, acabaram perdendo espaço. Ou seja, algo tão recente como um blog já é quase obsoleto. Porém, ao mesmo tempo em que se esvazia, vejo uma tentativa de continuidade por parte de alguns jovens autores. Dificilmente os blogs virariam livros, seriam editados. E é desse processo todo que o evento surge”, esclarece.

Por isso, na montagem de “Livro-me!”, o diretor optou por criar uma “atmosfera circular” no espaço do estacionamento da Feira do Produtor Iratiense. Aproveitando o palco ao ar livre, Rechenberg pretende deixar o público no centro dos acontecimentos.

Em cena, os artistas convidados participarão lendo, cantando ou interpretando o repertório escolhido. Com ajuda do elenco, Rechenberg preparou textos próprios do grupo e escolheu material do poeta francês Charles Baudelaire, da escritora brasileira Clarice Lispector e dos cantores Elis Regina (brasileira) e Morrissey (britânico).

Por ser uma proposta diferente na cidade, o diretor ainda não conseguiu definir como será a reação do público local. Mas suas expectativas são muito otimistas. “Pelo que temos conversado com as pessoas, a receptividade é muito grande, inclusive com outros autores/compositores interessados na participação das próximas edições”.

ELENCO
O recital “Livro-me!” conta com a participação de Daniela Piva, artista de Curitiba; Amanda Jones, compositora de Irati; e Paulo Alexandre, músico e ator formado por Emerson Rechenberg. Além também das participações especiais de Micheli Soeki, Rafaela Ferençz, Diego Osbourne, entre outros.

APOIO
A realização do espetáculo “Livro-me!” conta com apoio da Associação Cultural Regional de Irati, da Biblioteca Pública Municipal e da Livraria Centenário.

SERVIÇO
Espetáculo: “Livro-me!”, com direção de Emerson Rechenberg
Apresentação: sábado (11)
Local: Estacionamento da Feira do Produtor Iratiense (onde será a futura sede da ACRI)
Horário: 21h 
Valor: R$ 10,00 (à venda na Livraria Centenário e na Biblioteca Municipal)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Marcia Castro grava “29 Beijos” com Helio Flanders

(Divulgação)

Para gravar o álbum De Pés no Chão, a cantora baiana Marcia Castro fez uma grande pesquisa no cancioneiro nacional, procurando músicas que tivessem ainda uma leitura contemporânea.

Numa dessas, encontrou “29 Beijos”, canção pouco conhecida dos Novos Baianos e que fora lançada num compacto em 1971, sem nunca ter sido regravada. Com o material em mãos, Marcia preparou um arranjo suingado e chamou Helio Flanders, vocalista do Vanguart, para fazer um dueto em encontro inédito.

Produzido pela própria Marcia em parceria com os músicos Guilherme Kastrup e Rovilson Pascoal, De Pés no Chão será lançado em março de 2012 através do programa Natura Musical e com distribuição da Deck.

 
(Assessoria de Imprensa)




sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ana Carolina lança primeiro vinil da carreira

(laboratoriopop.com.br)
Lançado no formato CD em 2011, o álbum Ensaio de Cores, da cantora Ana Carolina, ganha edição luxuosa em vinil, com destaque para o belo projeto gráfico. Fabricado pela Polysom, que retomou a produção no Brasil dos famosos "bolachões", o LP já está disponível nas lojas do ramo e nos sites que comercializam vinil.

Com dez anos de carreira, essa é a primeira vez que a cantora e compositora lança um trabalho no formato vinil, graças a um licenciamento da gravadora Sony Music e do selo Armazém para a fábrica Polysom. 

Ainda em 2012, Ensaio de Cores será lançado em DVD e Blu-Ray pela Sony Music.

(Assessoria de Imprensa)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

15 anos sem Francis

No dia 4 de fevereiro de 1997, o jornalista e colunista Paulo Francis era vítima de um enfarto do miocárdio

(Bob Wolfenson)

 “Waaal”. É inevitável. Começar um texto falando sobre Paulo Francis nos obriga a fazer referência a seu famoso bordão “waaal”, que, por sua vez, era uma brincadeira jocosa com a palavra inglesa “well” (“bem”). Francis começou a escrever e a falar de modo particular esse advérbio a partir de uma gravação do poeta Enza Pound.

Por falar nisso, ironia e sarcasmo eram os pilares de seu texto, de suas conversas e dos comentários gravados para a TV. Além, é claro, da prosa direta, fluente e sedutora. Durante décadas de atuação no jornalismo impresso, iniciada ao final dos anos de 1950 no extinto jornal Diário Carioca (veículo que marcou história na imprensa brasileira), Francis sempre manteve verve ácida e olhar perspicaz para tudo que envolvesse política e cultura. Por conta desse estilo, angariou verdadeira legião de leitores e muitas inimizades.

Trabalhando em jornais históricos como Última Hora, O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo (além do já citado Diário Carioca), o polêmico jornalista se celebrizou pela coluna “Dário da Corte”, espaço publicado duas vezes por semana em página inteira (formato standard, aquele grandão), coisa rara hoje em dia.

Nos anos de 1980, tornou-se ainda mais conhecido do grande público. Foi para a Rede Globo de Televisão e produziu comentários diários no Jornal da Globo sobre política externa. Morando em Nova Iorque (EUA) desde os anos de 1960, num exílio voluntário em função do Golpe de 64 (ou Revolução para os homens da caserna), aproveitou para exercer a função de correspondente internacional da empresa de Roberto Marinho.

Em 1993, é convidado a participar do programa de debates Manhattan Connection na TV a cabo. Comandado por Lucas Mendes, o time de comentaristas reunia Caio Blinder, Nelson Motta e, claro, Francis. Este manteve seu perfil sarcástico e ácido, não poupando ninguém, nem mesmo seus companheiros de bancada. Aos poucos, tornou-se a alma do programa, que continua até hoje a ser exibido na TV por assinatura. No entanto, perdeu muito com a morte de Francis, em 1997.


Neste sábado (4), completam-se 15 anos da morte de um dos mais ousados e inteligentes jornalistas da segunda metade do século 20. Sua morte, vítima de um enfarto do miocárdio, marcou o fim de um estilo de jornalismo que não se vê mais hoje. Politicamente incorreto, impreciso com fatos e datas, exageradamente polêmico, amado por muitos e odiado por outros, Francis personificou aquela imagem romântica do jornalista boêmio e metido a intelectual.

Colecionou confusões, erros e polêmicas. Mas, acima de tudo, fica a lembrança de um autor inteligente e sofisticado, que não tinha papas na língua.

Isto é Paulo Francis

Conheça um pouco da obra do jornalista morto há 15 anos

(Baptistão)

Polêmico e brigão, Paulo Francis se notabilizou ao longo de sua carreira jornalística (iniciada ao final dos anos de 1950 no extinto jornal Diário Carioca) pela verve ácida e pelo tom jocoso. Na coluna bissemanal “Diário da Corte” (publicada primeiro na Folha de S.Paulo e depois em O Estado de S. Paulo), escreveu quase a totalidade de seus textos.

Na TV, trilhou carreira parecida ao gravar comentários diários para o Jornal da Globo e participar da bancada do programa semanal de debates Manhattan Connection na TV a cabo.

Além dessa trajetória no jornal impresso e na TV, Paulo Francis também se aventurou pela literatura, pelo ensaio e pelo memorialismo, tornando-se autor de 11 livros.

No início dos anos 2000, a W11 Editores (cuja proprietária, Sônia Nolasco, é viúva de Francis) foi criada especialmente para reeditar toda a obra do autor. Para tanto, o selo “Francis” relançou obras como Trinta anos esta noite, Cabeça de Negro e Cabeça de Papel.

Companhia das Letras e Civilização Brasileira foram outras editoras que publicaram seus livros.

Infelizmente, é difícil encontrar esse material nas livrarias.

FICÇÃO

Cabeça de Papel (1977) e Cabeça de Negro (1979). Segundo Daniel Piza (morto ao final de 2011), em Paulo Francis: Brasil na Cabeça (2004), os dois romances são uma espécie de acerto de contas de Francis com seu passado pré-64, quando sua geração tinha ilusões de mudar o Brasil.

E mais As filhas do segundo sexo (1982), que reúne duas novelas sobre a situação da mulher emancipada.

MEMÓRIA

O afeto que se encerra (1980). Autobiografia publicada precocemente aos 50 anos de idade, apresenta lembranças de um Francis saudoso daquele Rio de Janeiro que ainda não havia vivido os dissabores do Brasil pós-64.

Trinta anos esta noite (1994). Mistura de reflexão e memórias sobre o Golpe de 64. Assumindo que é apenas uma versão dos fatos históricos de 1964, Francis usa o livro para contar aquilo que ele viu e vivenciou durante aquele difícil período da história brasileira.

COLETÂNEAS

Paulo Francis Nu e Cru (1976). Reunião de material feito para o jornal de esquerda O Pasquim.

Waaal – Dicionário da Corte de Paulo de Francis (1996). Garimpando nas páginas da coluna “Diário da Corte”, o jornalista Daniel Piza divide as ideias de Paulo Francis em verbetes, como se fosse um dicionário. Para iniciantes na obra de Francis.

ENSAIO
Opinião Pessoal (1966), Certezas da Dúvida (1970), Nixon X McGovern (1972) e O Brasil no Mundo (1985). Livros que discutem basicamente a política, com destaque para a cena internacional, incluindo o Brasil.

Francis na mídia

Ainda com uma obra carente de estudos acadêmicos, Paulo Francis costuma ser tema de ensaios biográficos e documentários. Morto há 15 anos, talvez seja momento perfeito para uma revisão de sua trajetória como jornalista e intelectual brasileiro.

A reportagem do NOVA ESTAMPA selecionou algumas obras interessantes sobre o polêmico jornalista. São produtos culturais que servem principalmente como introdução ao universo de Paulo Francis.

LIVROS

- Paulo Francis: Brasil na Cabeça (2004). Integrante da coleção “Perfis do Rio”, produzida pela Prefeitura do Rio de Janeiro em associação com a editora Relume Dumará, o livro é um pequeno ensaio sobre a vida e as ideias de Paulo Francis. Coube a um admirador do autor, Daniel Piza (morto precocemente ao final de 2011), sistematizar um possível fio condutor para o universo de Francis. Piza elabora um retrato positivo e profundo sobre seu objeto de pesquisa, mostrando que o polêmico jornalista tinha sim muitos defeitos (imprecisão histórica, teimosia, lapsos nas referências etc.); mas que não apagam suas qualidades: pensar o Brasil a partir de um olhar particular. No balanço final, Francis teve mais acertos do que erros.


- Paulo Francis: Polemista Profissional (2010). Com tiragem limitada (apenas mil exemplares), é uma publicação da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, que tem se notabilizado por editar material de boa qualidade. O autor do material, Paulo Eduardo Nogueira, preferiu o estilo do relato biográfico, contando um pouco da vida de Francis. Partindo da morte do jornalista (em 1997), Nogueira viaja no tempo até a família Heilborn, berço de nascimento de Franz Paulo Trannin da Matta Heilborn, no bairro Botafogo (Rio de Janeiro), em 1930. Da infância para a vida adulta, o neto de alemães se encanta pelo teatro e pela boemia carioca. Adota o nome “Paulo Francis” e deslancha como crítico teatral no jornal Diário Carioca e, logo em seguida, comentarista político no Última Hora de Samuel Wainer. Após o Golpe de 64, Francis parte para exílio voluntário nos Estados Unidos, onde ficaria até sua morte. De lá, consolida sua posição de articulista de política e cultura no jornalismo impresso com a "Diário da Corte" e na TV. Nogueira pontua o relato com análises sobre a produção jornalística e a obra do biografado.


- Vida e obra do plagiário Paulo Francis (1996). Publicado pela Geração Editorial, o livro tem como objetivo provar que Francis era “ignorante” e “plagiário”. Na época de lançamento, o autor do livro, Fernando Jorge, deu diversas entrevistas adotando o mesmo tom agressivo e reacionário do livro, tentando chamar atenção para si. A morte repentina de Francis impediu que este pudesse ter se manifestado sobre o livro.


DOCUMENTÁRIO
- Caro Francis (2010). Dirigido por Nelson Hoineff (o mesmo de Alô, Alô Terezinha e do antigo programa da TV Manchete, Documento Especial), o documentário é uma rara oportunidade para ver e rever imagens de arquivo sobre o polêmico jornalista. Em entrevistas, comentários para o Jornal da Globo e intervenções no programa de debates Manhattan Connection, a imagem de um Francis divertido, sarcástico e inteligente. Além desse material, destaque para o depoimento de colegas, inimigos e amigos. Justa homenagem para Paulo Francis.