Ainda com uma obra carente de estudos acadêmicos, Paulo Francis costuma ser tema de ensaios biográficos e documentários. Morto há 15 anos, talvez seja momento perfeito para uma revisão de sua trajetória como jornalista e intelectual brasileiro.
A reportagem do NOVA ESTAMPA selecionou algumas obras interessantes sobre o polêmico jornalista. São produtos culturais que servem principalmente como introdução ao universo de Paulo Francis.
LIVROS
- Paulo Francis: Brasil na Cabeça (2004). Integrante da coleção “Perfis do Rio”, produzida pela Prefeitura do Rio de Janeiro em associação com a editora Relume Dumará, o livro é um pequeno ensaio sobre a vida e as ideias de Paulo Francis. Coube a um admirador do autor, Daniel Piza (morto precocemente ao final de 2011), sistematizar um possível fio condutor para o universo de Francis. Piza elabora um retrato positivo e profundo sobre seu objeto de pesquisa, mostrando que o polêmico jornalista tinha sim muitos defeitos (imprecisão histórica, teimosia, lapsos nas referências etc.); mas que não apagam suas qualidades: pensar o Brasil a partir de um olhar particular. No balanço final, Francis teve mais acertos do que erros.
- Paulo Francis: Polemista Profissional (2010). Com tiragem limitada (apenas mil exemplares), é uma publicação da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, que tem se notabilizado por editar material de boa qualidade. O autor do material, Paulo Eduardo Nogueira, preferiu o estilo do relato biográfico, contando um pouco da vida de Francis. Partindo da morte do jornalista (em 1997), Nogueira viaja no tempo até a família Heilborn, berço de nascimento de Franz Paulo Trannin da Matta Heilborn, no bairro Botafogo (Rio de Janeiro), em 1930. Da infância para a vida adulta, o neto de alemães se encanta pelo teatro e pela boemia carioca. Adota o nome “Paulo Francis” e deslancha como crítico teatral no jornal Diário Carioca e, logo em seguida, comentarista político no Última Hora de Samuel Wainer. Após o Golpe de 64, Francis parte para exílio voluntário nos Estados Unidos, onde ficaria até sua morte. De lá, consolida sua posição de articulista de política e cultura no jornalismo impresso com a "Diário da Corte" e na TV. Nogueira pontua o relato com análises sobre a produção jornalística e a obra do biografado.
- Vida e obra do plagiário Paulo Francis (1996). Publicado pela Geração Editorial, o livro tem como objetivo provar que Francis era “ignorante” e “plagiário”. Na época de lançamento, o autor do livro, Fernando Jorge, deu diversas entrevistas adotando o mesmo tom agressivo e reacionário do livro, tentando chamar atenção para si. A morte repentina de Francis impediu que este pudesse ter se manifestado sobre o livro.
DOCUMENTÁRIO
- Caro Francis (2010). Dirigido por Nelson Hoineff (o mesmo de Alô, Alô Terezinha e do antigo programa da TV Manchete, Documento Especial), o documentário é uma rara oportunidade para ver e rever imagens de arquivo sobre o polêmico jornalista. Em entrevistas, comentários para o Jornal da Globo e intervenções no programa de debates Manhattan Connection, a imagem de um Francis divertido, sarcástico e inteligente. Além desse material, destaque para o depoimento de colegas, inimigos e amigos. Justa homenagem para Paulo Francis.
" Waaal"
ResponderExcluirSugestão: que o autor do excelente " Nova Estampa" realize um estudo sobre Francis, afinal, o blog é sofisticado e inteligente.
Até,
Adriana.