(foto: roquereverso.wordpress.com)
Com exclusividade, o Nova Estampa, em conjunto com o programa de rádio Unicentro Notícias, publica nesta sexta-feira uma entrevista com Edgard Scandurra, ex-integrante da banda paulistana Ira!.
Considerado como um dos guitarristas mais talentosos da geração 80 do chamado RockBR, Scandurra despontou para o mundo da música ao lado de Marcos “Nasi” Valadão, Ricardo Gaspa e André Jung, compondo canções (“Envelheço na Cidade”, “Flores em você”, “Gritos na Multidão”, “Pobre Paulista”, entre outros) que se tornaram verdadeiros clássicos do Ira! e do rock.
Com o fim da banda em 2007, o guitarrista resolveu investiu em sua carreira-solo, que havia começado em 1989 com o disco Amigos Invisíveis.
Em 2010, ele lançou o CD/DVD Edgard Scandurra Ao Vivo, em que revisita sua trajetória de mais de 25 anos e apresenta novas composições.
quarta-feira, 30 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Arte & Manha se apresenta em Guarapuava
A tradicional companhia guarapuavana Arte & Manha apresenta a peça “Tramas e Dramas” na Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), em Guarapuava (PR), nesta quinta-feira (31 mar.).
É uma comédia que conta a história de uma companhia de teatro em decadência, com as tramas e os dramas da vida real de atores e personagens. Durante a montagem do último espetáculo que a companhia vai realizar, os medos, as teias e as crises vêm à tona.
Depois dessa apresentação, o grupo Arte & Manha segue viagem para a capital paranaense, onde vai participar, pela primeira vez, do Festival de Teatro de Curitiba. A primeira apresentação ocorrerá no dia 4 de abril, às 18h30, no Espaço Teuni da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Preço: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Data: 31 mar.
Local: Auditório Francisco Contini, no campus Santa Cruz da Unicentro
Horário: 20h30min
segunda-feira, 28 de março de 2011
O pai do Avatar
(Foto: cinemacemanosluz.blogspot.com)
No fundo do mar, a fascinação pelo desconhecido
Não é de hoje que James Cameron se interessa pela alta tecnologia e a temática humanitária em seus filmes. Para quem só conhece Avatar (2009), saiba que, nos anos 1980, o diretor fez a ficção científica O segredo do abismo (1989).
Ao invés dos seres azuis, alienígenas na forma de água; no lugar de um planeta exótico e exuberante, o fundo do mar. Essa produção oitentista talvez tenha sido a primeira experiência bem realizada de Cameron com efeitos especiais de primeira. Depois, viria O Exterminador do futuro 2: o julgamento final (1992), e o resto é história.
Passados mais de 20 anos do lançamento, resolvi rever O segredo do abismo numa versão remasterizada e estendida (com 28 minutos a mais). Interessante notar que o filme ainda prende o espectador com cenas de ação impactantes e imagens exuberantes. Enfim, os efeitos especiais não envelheceram.
Quanto ao conteúdo, deixa a desejar. Não me lembro se naquela época funcionava, pois era muito jovem para ter noção disso, mas hoje a temática sobre a Guerra Fria e os conflitos mundiais soa muito ingênua e moralista. Para quem não viu, a produção de Cameron trata de alienígenas aquáticos que querem punir a humanidade, mostrando que discordam dos ataques nucleares e coisas do tipo. Para isso, os tais seres estão a ponto de provocar maremotos e tsunamis que vão cobrir a terra, ao estilo do dilúvio bíblico.
Sinceramente, acho a solução final, que não vou contar aqui, e o tema sem graça. A premissa dá a impressão de que será um autêntico filme de Terror; mas, o desenrolar prova o contrário. Uma pena.
Bom, Avatar prova que Cameron sempre se preocupou mais com a forma do que com o conteúdo. E, levando em consideração o sucesso de bilheteria, seu público também.
****Trailer:
No fundo do mar, a fascinação pelo desconhecido
Não é de hoje que James Cameron se interessa pela alta tecnologia e a temática humanitária em seus filmes. Para quem só conhece Avatar (2009), saiba que, nos anos 1980, o diretor fez a ficção científica O segredo do abismo (1989).
Ao invés dos seres azuis, alienígenas na forma de água; no lugar de um planeta exótico e exuberante, o fundo do mar. Essa produção oitentista talvez tenha sido a primeira experiência bem realizada de Cameron com efeitos especiais de primeira. Depois, viria O Exterminador do futuro 2: o julgamento final (1992), e o resto é história.
Passados mais de 20 anos do lançamento, resolvi rever O segredo do abismo numa versão remasterizada e estendida (com 28 minutos a mais). Interessante notar que o filme ainda prende o espectador com cenas de ação impactantes e imagens exuberantes. Enfim, os efeitos especiais não envelheceram.
Quanto ao conteúdo, deixa a desejar. Não me lembro se naquela época funcionava, pois era muito jovem para ter noção disso, mas hoje a temática sobre a Guerra Fria e os conflitos mundiais soa muito ingênua e moralista. Para quem não viu, a produção de Cameron trata de alienígenas aquáticos que querem punir a humanidade, mostrando que discordam dos ataques nucleares e coisas do tipo. Para isso, os tais seres estão a ponto de provocar maremotos e tsunamis que vão cobrir a terra, ao estilo do dilúvio bíblico.
Sinceramente, acho a solução final, que não vou contar aqui, e o tema sem graça. A premissa dá a impressão de que será um autêntico filme de Terror; mas, o desenrolar prova o contrário. Uma pena.
Bom, Avatar prova que Cameron sempre se preocupou mais com a forma do que com o conteúdo. E, levando em consideração o sucesso de bilheteria, seu público também.
****Trailer:
sexta-feira, 25 de março de 2011
Aula de faroeste
(Foto: pt.wikipedia.org)
O pistoleiro Shane tenta se integrar à família de agricultores
A história é clássica: pistoleiro solitário e sem raízes se solidariza com família de agricultores acossada por bandidos da pesada. Ele enfrenta e vence os inimigos, tornando-se quase parte daquela família. Mas, como sua natureza é livre, prefere ir embora, sumindo no horizonte.
Quem nunca assistiu a um bom faroeste nessa linha? Pois saiba que Os brutos também amam (1953, dir. George Stevens) foi um dos precursores do gênero, ajudando-o a se consolidar no imaginário popular, principalmente norte-americano.
O pistoleiro em questão é Shane (Alan Ladd), que dá nome ao título original do filme. Logo, na primeira cena, o personagem é tocado pela empatia de uma família, fazendo com que ele mude de ideia em sua trajetória de cavaleiro sem rumo. Por um breve instante, abandona seus antigos trajes, sua pistola e a violência.
Mas, a opressão dos vilões que controlam o lugar devolve Shane à realidade irracional do Velho Oeste. Gente como o Jack Wilson (atuação memorável de Jack Palance) mostra que o mal está encravado no solo árido daquele local.
Da linguagem clássica ao gênero modelar, Os brutos também amam é um dos filmes mais discutidos na história do cinema norte-americano. Sem não fosse por essa produção, talvez não existissem cineastas geniais como Sergio Leone.
****Trailer:
O pistoleiro Shane tenta se integrar à família de agricultores
A história é clássica: pistoleiro solitário e sem raízes se solidariza com família de agricultores acossada por bandidos da pesada. Ele enfrenta e vence os inimigos, tornando-se quase parte daquela família. Mas, como sua natureza é livre, prefere ir embora, sumindo no horizonte.
Quem nunca assistiu a um bom faroeste nessa linha? Pois saiba que Os brutos também amam (1953, dir. George Stevens) foi um dos precursores do gênero, ajudando-o a se consolidar no imaginário popular, principalmente norte-americano.
O pistoleiro em questão é Shane (Alan Ladd), que dá nome ao título original do filme. Logo, na primeira cena, o personagem é tocado pela empatia de uma família, fazendo com que ele mude de ideia em sua trajetória de cavaleiro sem rumo. Por um breve instante, abandona seus antigos trajes, sua pistola e a violência.
Mas, a opressão dos vilões que controlam o lugar devolve Shane à realidade irracional do Velho Oeste. Gente como o Jack Wilson (atuação memorável de Jack Palance) mostra que o mal está encravado no solo árido daquele local.
Da linguagem clássica ao gênero modelar, Os brutos também amam é um dos filmes mais discutidos na história do cinema norte-americano. Sem não fosse por essa produção, talvez não existissem cineastas geniais como Sergio Leone.
****Trailer:
terça-feira, 22 de março de 2011
TOP LISTAS: o cinema é ilusão
Uma notícia triste veio da cidade de São Paulo: o tradicional Cine Belas Artes, fundado nos anos 1940, exibiu sua última sessão no dia 18 de março. Sem dúvida, essa data marca a perda de mais um dos poucos cinemas de rua que resistem bravamente ao tempo.
Para quem não sabe, cinema de rua é o termo utilizado para designar aquelas antigas salas de cinema que não ficam localizadas em shoppings centers. A geração de nossos avós e pais viveu o auge desse tipo de cultura, quando multidões das pequenas e grandes cidades lotavam os cinemas. Hoje, vivemos a era dos multiplex.
Felizmente, cidades como Irati (a 150 km de Curitiba) ainda conservam cinemas de rua fundados há pouco tempo; como é o caso do Cine Irati.
Pensando em tudo isso, o Top Listas desta semana homenageia os filmes cujo foco é a Sétima Arte.
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1.Cinema Paradiso (1988) – Este é um filme obrigatório para quem gosta do cinema enquanto arte e entretenimento; por isso, o primeiro lugar nesta listagem. Dirigido pelo italiano Giuseppe Tornatore, conta a história de um menino, Totó, que cresce dentro de uma sala de cinema, o Cine Paradiso do título. Muito mais do que apenas assistir aos filmes, ele trava amizade com o projecionista Alfredo, conhecendo todos os bastidores de uma exibição. A obra-prima de Tornatore resgata o ambiente charmoso e vivo dos antigos cinemas de rua. Triste é ver a cena de destruição do Cine Paradiso, refletida nos olhos lacrimosos daqueles que vivenciaram um período que não resistiu ao tempo. Talvez seja a dor de quem esteve no paraíso, mas não sabia.
2.A Rosa Púrpura do Cairo (1985) – Para quem não aprendeu o que é “função metalinguística” nas aulas de Português, vale a pena ver este filme de Woody Allen. Mas, quem quiser simplesmente se deliciar com a magia do cinema, também recomendo. Mia Farrow vive uma garçonete pobre e triste que assiste todas as tardes ao mesmo filme. Até que um dia, os personagens da telona começam a questioná-la, causando a maior confusão. E mais: saem do filme e vão para a vida real, interferindo no dia a dia daquela moça. É a magia do cinema contaminando o real.
3.Os picaretas (1999) – Concordo, não é a melhor comédia de todos os tempos. Steven Martin e Eddie Murphy já fizeram coisa muito melhor (O que dizer de Antes só do que mal acompanhado e Um Tira da pesada?), mas acho que vale a pena uma espiada nesse filme de Frank Oz (diretor que anda meio sumido). Além de cenas impagáveis (como aquela em que o personagem de Murphy precisa atravessar uma rua extremamente movimentada, dezenas de vezes), o que me chama atenção em Os picaretas é o fascínio da Sétima Arte sobre o diretor Bobby (Martin). Mas, para ele, não importa ser um “zé ninguém” no mundo do cinema; importa fazer um filme. Aos trancos e barrancos, consegue. Aí, vem a grande cena do longa: o olhar de fascinação quando sua obra é projetada na telona. É a magia do cinema acontecendo.
4.Bastardos Inglórios (2009) – Aí, o internauta que acompanha o Nova Estampa vai me perguntar: onde está o cinema neste filme de Quentin Tarantino? Ora, respondo eu, está em tudo: na linguagem, nas referências, nos personagens e, principalmente, na última cena, quando a ação se passa num cinema de rua. Desde que Tarantino estreou como diretor, ele sempre fez um “cinema referencial”, ou seja, cenas e linguagem que remetiam à história do cinema, principalmente aquele feito nos anos 1970. Em Bastardos Inglórios, é o western spaghetti de Sergio Leone, que pode ser percebido principalmente na abertura do filme. A cena final é poesia pura: os nazistas morrem durante uma sessão de cinema. Isto é ou não uma justa homenagem ao poder da Sétima Arte?
5.A Última Sessão de Cinema (1971) – E não poderia encerrar o Top Listas sem o clássico de Peter Bognadovich. Verdadeira joia da cinematografia norte-americana, essa produção é de uma melancolia e tristeza que deixam qualquer coração em frangalhos. Apesar do título, seu foco central não é o fim de uma sala de cinema; mas sim as transformações que um grupo de jovens vivencia numa cidadezinha no meio do nada. O espaço desolado, a ausência de trilha sonora e o preto/branco acentuam ainda mais o clima de solidão e vazio dos personagens. Parece que a vida não tem sentido naquele local. E o fechamento do único cinema é o ápice da coisa. De certa forma, o pessoal que frequentava o Cine Belas Artes deve ter sentido algo parecido.
************************************************************************************
Aproveito para dizer que eu acompanhei de perto o fechamento de duas salas: o Cine Maringá e o Cine Horizonte, ambos da cidade de Maringá (PR). Posso dizer que sou um pouco órfão desse processo de extinção dos cinemas de rua.
Para quem não sabe, cinema de rua é o termo utilizado para designar aquelas antigas salas de cinema que não ficam localizadas em shoppings centers. A geração de nossos avós e pais viveu o auge desse tipo de cultura, quando multidões das pequenas e grandes cidades lotavam os cinemas. Hoje, vivemos a era dos multiplex.
Felizmente, cidades como Irati (a 150 km de Curitiba) ainda conservam cinemas de rua fundados há pouco tempo; como é o caso do Cine Irati.
Pensando em tudo isso, o Top Listas desta semana homenageia os filmes cujo foco é a Sétima Arte.
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1.Cinema Paradiso (1988) – Este é um filme obrigatório para quem gosta do cinema enquanto arte e entretenimento; por isso, o primeiro lugar nesta listagem. Dirigido pelo italiano Giuseppe Tornatore, conta a história de um menino, Totó, que cresce dentro de uma sala de cinema, o Cine Paradiso do título. Muito mais do que apenas assistir aos filmes, ele trava amizade com o projecionista Alfredo, conhecendo todos os bastidores de uma exibição. A obra-prima de Tornatore resgata o ambiente charmoso e vivo dos antigos cinemas de rua. Triste é ver a cena de destruição do Cine Paradiso, refletida nos olhos lacrimosos daqueles que vivenciaram um período que não resistiu ao tempo. Talvez seja a dor de quem esteve no paraíso, mas não sabia.
2.A Rosa Púrpura do Cairo (1985) – Para quem não aprendeu o que é “função metalinguística” nas aulas de Português, vale a pena ver este filme de Woody Allen. Mas, quem quiser simplesmente se deliciar com a magia do cinema, também recomendo. Mia Farrow vive uma garçonete pobre e triste que assiste todas as tardes ao mesmo filme. Até que um dia, os personagens da telona começam a questioná-la, causando a maior confusão. E mais: saem do filme e vão para a vida real, interferindo no dia a dia daquela moça. É a magia do cinema contaminando o real.
3.Os picaretas (1999) – Concordo, não é a melhor comédia de todos os tempos. Steven Martin e Eddie Murphy já fizeram coisa muito melhor (O que dizer de Antes só do que mal acompanhado e Um Tira da pesada?), mas acho que vale a pena uma espiada nesse filme de Frank Oz (diretor que anda meio sumido). Além de cenas impagáveis (como aquela em que o personagem de Murphy precisa atravessar uma rua extremamente movimentada, dezenas de vezes), o que me chama atenção em Os picaretas é o fascínio da Sétima Arte sobre o diretor Bobby (Martin). Mas, para ele, não importa ser um “zé ninguém” no mundo do cinema; importa fazer um filme. Aos trancos e barrancos, consegue. Aí, vem a grande cena do longa: o olhar de fascinação quando sua obra é projetada na telona. É a magia do cinema acontecendo.
4.Bastardos Inglórios (2009) – Aí, o internauta que acompanha o Nova Estampa vai me perguntar: onde está o cinema neste filme de Quentin Tarantino? Ora, respondo eu, está em tudo: na linguagem, nas referências, nos personagens e, principalmente, na última cena, quando a ação se passa num cinema de rua. Desde que Tarantino estreou como diretor, ele sempre fez um “cinema referencial”, ou seja, cenas e linguagem que remetiam à história do cinema, principalmente aquele feito nos anos 1970. Em Bastardos Inglórios, é o western spaghetti de Sergio Leone, que pode ser percebido principalmente na abertura do filme. A cena final é poesia pura: os nazistas morrem durante uma sessão de cinema. Isto é ou não uma justa homenagem ao poder da Sétima Arte?
5.A Última Sessão de Cinema (1971) – E não poderia encerrar o Top Listas sem o clássico de Peter Bognadovich. Verdadeira joia da cinematografia norte-americana, essa produção é de uma melancolia e tristeza que deixam qualquer coração em frangalhos. Apesar do título, seu foco central não é o fim de uma sala de cinema; mas sim as transformações que um grupo de jovens vivencia numa cidadezinha no meio do nada. O espaço desolado, a ausência de trilha sonora e o preto/branco acentuam ainda mais o clima de solidão e vazio dos personagens. Parece que a vida não tem sentido naquele local. E o fechamento do único cinema é o ápice da coisa. De certa forma, o pessoal que frequentava o Cine Belas Artes deve ter sentido algo parecido.
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Aproveito para dizer que eu acompanhei de perto o fechamento de duas salas: o Cine Maringá e o Cine Horizonte, ambos da cidade de Maringá (PR). Posso dizer que sou um pouco órfão desse processo de extinção dos cinemas de rua.
domingo, 20 de março de 2011
Os meninos que não sobreviveram aos lobos
Graças à adaptação feita pelo diretor de cinema Clint Eastwood em 2003, descobri Sobre Meninos e Lobos – Mystic River (2001), um romance cru e intenso escrito por Denis Lehane. Mesmo tendo assistido ao filme quando de seu lançamento, confesso que só agora fui realmente conhecer o livro a fundo, vencendo suas mais de 400 páginas. Não que a extensão tenha me intimidado, mas é que circunstâncias da vida (tempo, ocasião etc. e tal) me fizeram chegar a ele somente em 2010, quando o achei num sebo curitibano e fui lê-lo neste ano.
A espera valeu a pena, pois acredito que cada livro, canção ou filme tem o seu momento certo de apreciação. Muitas vezes, não temos a maturidade necessária para compreender e sentir de fato uma obra naquele momento; paciência é uma virtude fundamental no mundo das artes.
A distância no tempo também foi importante para me desvencilhar do filme, já que fazia um par de anos que não revia a fita. Desse modo, não me lembrava do assassinato e, principalmente, de sua resolução. Apenas sabia que a história central girava em torno de três amigos (Dave, Jimmy e Sean) que, na infância, vivenciaram um momento traumático e o fim da amizade.
Falando assim, fica claro que se trata de um livro pertencente ao romance policial, gênero imortalizado por nomes como Conan Doyle, Agatha Christie, Raymond Chandler, Dashiell Hammett, Patricia Highsmith, Luiz Lopes Coelho, Rubem Fonseca. Mas engana-se quem acha que Sobre Meninos e Lobos se resume ao esquema “crime/investigação/solução”. Não, o escritor norte-americano Denis Lehane supera as convenções do formato, oferecendo uma narrativa que explora o íntimo de vários personagens e torna-se difícil de ser digerida à primeira vista. Você precisa mergulhar a fundo no espírito do romance e tentar entender uma galeria de figuras destroçadas por experiências diversas cujo estopim é um episódio que ocorre logo no início do romance.
Quando brincavam na rua de um dos bairros, Sean, Jimmy e Dave são abordados por um estranho carro marrom, que aparentemente seria da polícia. Dos três personagens, Dave é levado pelos dois homens que estavam no automóvel; ele reaparece dias depois. A partir dali, a vida afetiva desses garotos muda drasticamente, principalmente para o sequestrado. Anos depois, cada segue sua respectiva vida na mesma cidade: Sean se tornou investigador da polícia, mas com um casamento desfeito; Jimmy é um ex-presidiário que perdeu a primeira esposa, casou-se novamente e mantém uma loja; e Dave tem empregos ruins, sem autoestima e com mulher e filho.
A morte da filha de Jimmy, Katie, vai fazer com que eles se reencontrem novamente, com resultados desastrosos. A narrativa lenta e dura do livro é perfeita para moldar essa história.
Um conselho: não leia o livro como se fosse apenas um romance policial tradicional; mas sim como uma obra intensa e triste, à altura da grande literatura.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Para te estremecer como um furacão
(Foto: pattybypatricia.zip.net)
Rubin "Hurricane" Carter usa a força da palavra para dar sentido à sua vida
Numa das cenas do filme Hurricane – o Furacão (1999, dir. Norman Jewison), um personagem diz que não escolhemos os livros; são os livros que nos escolhem. Acho que a máxima vale também para o mundo do cinema. Determinados atores e diretores são escolhidos pelos filmes.
É o caso de Denzel Washington, o cara certo, na hora certa, para o papel de Rubin “Hurricane” Carter no filme Hurricane. Dificilmente, outro ator teria a mesma intensidade para encarnar o boxeador que é preso injustamente e condenado à prisão perpétua.
Na história, Hurricane tinha tudo para se tornar o grande campeão mundial em sua categoria; mas, o ódio racial de um policial neurótico impediu tal trajetória. Sorte que o boxeador acreditou na força da palavra para superar o derradeiro round de sua vida.
Como diz a banda alemã Scorpions: “Rock you like a Hurricane”.
****Trailer:
Rubin "Hurricane" Carter usa a força da palavra para dar sentido à sua vida
Numa das cenas do filme Hurricane – o Furacão (1999, dir. Norman Jewison), um personagem diz que não escolhemos os livros; são os livros que nos escolhem. Acho que a máxima vale também para o mundo do cinema. Determinados atores e diretores são escolhidos pelos filmes.
É o caso de Denzel Washington, o cara certo, na hora certa, para o papel de Rubin “Hurricane” Carter no filme Hurricane. Dificilmente, outro ator teria a mesma intensidade para encarnar o boxeador que é preso injustamente e condenado à prisão perpétua.
Na história, Hurricane tinha tudo para se tornar o grande campeão mundial em sua categoria; mas, o ódio racial de um policial neurótico impediu tal trajetória. Sorte que o boxeador acreditou na força da palavra para superar o derradeiro round de sua vida.
Como diz a banda alemã Scorpions: “Rock you like a Hurricane”.
****Trailer:
domingo, 13 de março de 2011
À maneira de Dom Quixote
Dave acha que é um super-herói de verdade
Lançado nos cinemas em 2010, o filme Kick Ass – Quebrando Tudo segue a linha de filmes de “super-heróis”, subgênero que se tornou febre em Hollywood após o sucesso das séries estreladas por Homem-Aranha, X-Men e Homem de Ferro. Mas, engana-se quem acha que esse filme dirigido por Matthew Vaughn segue a mesma linha dos seres invencíveis e tal. Pelo contrário, Kick Ass bota realismo na coisa, revelando que ser um super-herói é bem mais complicado do que parece.
O personagem principal do filme, o adolescente nerd Dave Lisewski (Aaron Johnson), leu tantas histórias em quadrinhos que achou que poderia se tornar um super-herói. Comprou uma roupa de mergulhador, adotou um codinome (Kick Ass) e saiu pelas ruas para combater o crime. Em sua primeira aventura, quebra a cara, literalmente: apanha feio de dois marginais e fica em coma. Quase morre, mas, mesmo assim, não desiste. Tenta mais uma noite. Para surpresa geral, mesmo aos trancos e barrancos, consegue salvar um cara. Uma pessoa que assistia a tudo gravou num celular e postou o vídeo no YouTube. A partir dali, Dave se torna celebridade.
Era tudo que ele precisava para se transformar num verdadeiro super-herói. Mas, a realidade mostra que havia sido um lampejo de sorte. Continua atrapalhado e sem jeito para combater os criminosos. Numa outra aventura, acaba sendo salvo pelos verdadeiros super-heróis: a menina Hit Girl e Big Daddy. Aí, o negócio começa a esquentar, pois esses dois estão, na verdade, em busca de uma vingança contra o chefão do crime na cidade.
O restante do filme é marcado por cenas bem movimentadas de ação, conquistas amorosas e um final espetacular. Dave, ou melhor, Kick Ass, vai sofrer bastante na labuta como super-herói. Ao contrário dos gibis lidos por ele, a realidade é muito mais complicada. Assim como Dom Quixote, no livro O engenhoso Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, ele vê que os moinhos de vento são mais perigosos que na ficção.
Baseado na série em quadrinhos Kick Ass, escrita por Mark Millar e desenhada por John Romita Jr., a produção dirigida por Vaughn é uma adaptação original do universo dos super-heróis. Pena que pouca gente viu no cinema; mas, aqueles que têm acesso às locadoras, podem conferir o filme num disquinho de DVD.
****Trailer:
quarta-feira, 9 de março de 2011
Um veterano em cena
(Fotos: http://blogs.praguepost.com; http://www.movieset.com)
Presente e passado de Wallach: agora com Ewan McGregor; e à época do western spaghetti, com Clint Eastwood
Sem mais delongas, irei direto ao ponto. Recomendo assistir a O escritor fantasma (2010, dir. Roman Polanski), um excelente filme de mistério e suspense.
Poderia comentar que é mais uma incursão bem-sucedida do consagrado Polanski no gênero policial; ou de que é a trama de um “escritor fantasma” (vivido pelo ator Ewan McGregor), contratado para escrever as memórias do primeiro-ministro da Inglaterra e que se mete com coisas mais perigosas. Tudo isso conta a favor do longa-metragem.
Porém, prefiro apontar para um pequeno detalhe. Trata-se da participação do veterano ator Eli Wallach numa das cenas. Quando o vi, quase não reconheci; afinal, há tempos Wallach não aparecia em filmes.
Aos 94 anos, ainda era aquele mesmo ator que participou de produções antológicas do western spaghetti, ao lado de gente como Bud Spencer, Terence Hill, Clint Eastwood e Sergio Leone.
*****Trailer:
segunda-feira, 7 de março de 2011
TOP LISTAS: sucesso passageiro
Outro dia, estava acompanhando a programação da TV quando me deparei com um videoclipe de Bruce Springsteen. Tratava-se de “Streets of Philadelphia”, que fez parte da trilha musical do filme Filadélfia (1993, dir. Jonathan Demme). Na hora, pensei: taí uma produção que fez muito sucesso à época em que foi lançado, mas que hoje pouca gente deve lembrar ou conhecer.
A partir dessa reflexão, resolvi elaborar a primeira listagem da seção Top Listas do Nova Estampa: “filmes de sucesso passageiro”.
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1.Filadélfia (1993) – Filme que inspirou o surgimento desta lista, não poderia ficar de fora da posição número 1. Dirigido pelo prestigiado Jonathan Demme (Sabe O silêncio dos inocentes? Então, não preciso falar mais nada), essa produção fez muita gente se emocionar com a história de um advogado homossexual (Tom Hanks) que é despedido da firma onde trabalhava porque estava com Aids. Tornou-se um libelo contra o preconceito e marcou profundamente as carreiras de Tom Hanks e Denzel Washington. É difícil não chorar ao ouvir “Streets of Philadelphia”; a não ser que você seja duro feito uma pedra. Foi reprisado à exaustão na Globo.
2.Para o resto de nossas vidas (1992) – Contemporâneo de Filadélfia, esse filme também foi reprisado centenas de vezes, mas na Band. Conta a história de um grupo de amigos que se reúne após muitos anos de separação. Um deles, Peter (Stephen Fry), é o anfitrião da casa e mentor do reencontro. Infelizmente, a amizade já não é a mesma e suas vidas tomaram rumos sem volta. O desfecho é bastante melancólico e tocante. Destaque para o elenco (Hugh Laurie, antes de se tornar o médico House; Emma Tompson; e Kenneth Branagh, que também dirigiu) e o país de origem, Inglaterra.
3.Quatro casamentos e um funeral (1994) – Típica “comédia romântica”, mas com sotaque inglês, mostrou que a química entre “inglês sem jeito” e “norte-americana sensual” funcionava; era o casal Hugh Grant e Andie McDowell (mais de uma década depois, Um lugar chamado Notting Hill repetiria a fórmula, com o mesmo Hugh Grant e Julia Roberts no lugar de Andie). A trama se aproveitava daquele clichê hollywoodiano de encontros/desencontros para dar uma cara mais inglesa, com humor diferenciado. À época, o filme também ganhou visibilidade com o escândalo sexual de Grant, que foi pego num carro com uma prostituta.
4.Kickboxer: o desafio do dragão (1988) – No final dos anos 1980, esse era o “oba oba” dos filmes de luta. Dá pra acreditar nisso? Mas acredite, pois a minha turma de karatê, em Marialva (uns 400 km de Curitiba), queria imitar todos os movimentos do personagem de Jean-Claude Van Damme, mesmo não sendo um lutador de karatê. A cena em que Tong Po, algoz do irmão de Kurt Sloane (Van Damme), se aquece batendo numa pilastra é memorável. Versão “filmes de artes marciais” da série de boxe Rocky. E mais: Kickboxer: o desafio do dragão era o mito entre os filmes trash, perdendo apenas para aqueles estrelados por Bruce Lee.
5.Nove semanas e meia de amor (1986) – Acredite se quiser, mas Mickey Rourke já foi “o cara” em Hollywood. Quem tem o número 1 da revista Set sabe do que estou falando. Nos anos 1980, ele escolhia seus papéis e estrelou filmes ao lado de gente como Robert De Niro (Coração Satânico). Tudo graças a sucessos como Nove semanas e meia de amor. Entre os casais apaixonados, era sucesso absoluto; entre gente solitária, também. Todo mundo queria fazer as mesmas estripulias sexuais vividas pelos personagens de Rourke e Kim Basinger (no auge de sua beleza). Assistindo hoje, parece filme do maternal; mas, à época, era quase pornográfico. Garanto que nunca foi reprisado na Sessão da Tarde. Enquanto Rourke voltou do limbo, estrelando produções como O lutador (2008) e Homem de Ferro 2 (2009), Basinger sumiu de vez. Por onde andará a atriz?
A partir dessa reflexão, resolvi elaborar a primeira listagem da seção Top Listas do Nova Estampa: “filmes de sucesso passageiro”.
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1.Filadélfia (1993) – Filme que inspirou o surgimento desta lista, não poderia ficar de fora da posição número 1. Dirigido pelo prestigiado Jonathan Demme (Sabe O silêncio dos inocentes? Então, não preciso falar mais nada), essa produção fez muita gente se emocionar com a história de um advogado homossexual (Tom Hanks) que é despedido da firma onde trabalhava porque estava com Aids. Tornou-se um libelo contra o preconceito e marcou profundamente as carreiras de Tom Hanks e Denzel Washington. É difícil não chorar ao ouvir “Streets of Philadelphia”; a não ser que você seja duro feito uma pedra. Foi reprisado à exaustão na Globo.
2.Para o resto de nossas vidas (1992) – Contemporâneo de Filadélfia, esse filme também foi reprisado centenas de vezes, mas na Band. Conta a história de um grupo de amigos que se reúne após muitos anos de separação. Um deles, Peter (Stephen Fry), é o anfitrião da casa e mentor do reencontro. Infelizmente, a amizade já não é a mesma e suas vidas tomaram rumos sem volta. O desfecho é bastante melancólico e tocante. Destaque para o elenco (Hugh Laurie, antes de se tornar o médico House; Emma Tompson; e Kenneth Branagh, que também dirigiu) e o país de origem, Inglaterra.
3.Quatro casamentos e um funeral (1994) – Típica “comédia romântica”, mas com sotaque inglês, mostrou que a química entre “inglês sem jeito” e “norte-americana sensual” funcionava; era o casal Hugh Grant e Andie McDowell (mais de uma década depois, Um lugar chamado Notting Hill repetiria a fórmula, com o mesmo Hugh Grant e Julia Roberts no lugar de Andie). A trama se aproveitava daquele clichê hollywoodiano de encontros/desencontros para dar uma cara mais inglesa, com humor diferenciado. À época, o filme também ganhou visibilidade com o escândalo sexual de Grant, que foi pego num carro com uma prostituta.
4.Kickboxer: o desafio do dragão (1988) – No final dos anos 1980, esse era o “oba oba” dos filmes de luta. Dá pra acreditar nisso? Mas acredite, pois a minha turma de karatê, em Marialva (uns 400 km de Curitiba), queria imitar todos os movimentos do personagem de Jean-Claude Van Damme, mesmo não sendo um lutador de karatê. A cena em que Tong Po, algoz do irmão de Kurt Sloane (Van Damme), se aquece batendo numa pilastra é memorável. Versão “filmes de artes marciais” da série de boxe Rocky. E mais: Kickboxer: o desafio do dragão era o mito entre os filmes trash, perdendo apenas para aqueles estrelados por Bruce Lee.
5.Nove semanas e meia de amor (1986) – Acredite se quiser, mas Mickey Rourke já foi “o cara” em Hollywood. Quem tem o número 1 da revista Set sabe do que estou falando. Nos anos 1980, ele escolhia seus papéis e estrelou filmes ao lado de gente como Robert De Niro (Coração Satânico). Tudo graças a sucessos como Nove semanas e meia de amor. Entre os casais apaixonados, era sucesso absoluto; entre gente solitária, também. Todo mundo queria fazer as mesmas estripulias sexuais vividas pelos personagens de Rourke e Kim Basinger (no auge de sua beleza). Assistindo hoje, parece filme do maternal; mas, à época, era quase pornográfico. Garanto que nunca foi reprisado na Sessão da Tarde. Enquanto Rourke voltou do limbo, estrelando produções como O lutador (2008) e Homem de Ferro 2 (2009), Basinger sumiu de vez. Por onde andará a atriz?
domingo, 6 de março de 2011
De Eric para Eric
(Foto: acentonegativo.blogspot.com)
O jogador Eric vira conselheiro do carteiro Eric
Quando era jogador de futebol, o francês Eric Cantona aprontou poucas e boas. Dentro e fora dos campos, ele era temperamental e figura controversa. Autor de gols espetaculares pelo Manchester United, Cantona perdia a cabeça facilmente e chegou a ficar nove meses suspenso após agredir um torcedor (no YouTube, pode-se encontrar a famosa “voadora” do jogador).
No filme À procura de Eric (2009, dir. Ken Loach), temos outra faceta dele: a serenidade para aconselhar o carteiro Eric. Fã ardoroso do ex-ídolo do Manchester, o personagem vive num universo caótico e decadente, perseguido por seu passado amoroso. Numa noite, Eric Cantona (o próprio) aparece em seu quarto, como se fosse um alter-ego do carteiro.
Uma revelação do ex-jogador ilumina a vida de Eric: o principal momento de sua carreira não havia sido a realização de um daqueles gols antológicos; mas sim o passe para um companheiro.
*****Veja o trailer:
O jogador Eric vira conselheiro do carteiro Eric
Quando era jogador de futebol, o francês Eric Cantona aprontou poucas e boas. Dentro e fora dos campos, ele era temperamental e figura controversa. Autor de gols espetaculares pelo Manchester United, Cantona perdia a cabeça facilmente e chegou a ficar nove meses suspenso após agredir um torcedor (no YouTube, pode-se encontrar a famosa “voadora” do jogador).
No filme À procura de Eric (2009, dir. Ken Loach), temos outra faceta dele: a serenidade para aconselhar o carteiro Eric. Fã ardoroso do ex-ídolo do Manchester, o personagem vive num universo caótico e decadente, perseguido por seu passado amoroso. Numa noite, Eric Cantona (o próprio) aparece em seu quarto, como se fosse um alter-ego do carteiro.
Uma revelação do ex-jogador ilumina a vida de Eric: o principal momento de sua carreira não havia sido a realização de um daqueles gols antológicos; mas sim o passe para um companheiro.
*****Veja o trailer:
sexta-feira, 4 de março de 2011
No limite da razão
(Foto: www.avidaeumpalco.com)
O alpinista Aron Ralston passa maus momentos em sua aventura
Em colaboração com o NOVA ESTAMPA, a internauta e estudante de Jornalismo, Taysa Yasmim dos Santos, enviou o seguinte texto sobre o filme 127 horas:
127 Horas (2010, dir. Danny Boyle) não foi o grande ganhador do Oscar, mas posso dizer que Danny Boyle acertou em cheio nesse filme. Foram as 127 horas mais certeiras de sua vida.
Além da história emocionante, aventureira, surpreendente, empolgante, um diferencial é o enquadramento. Boyle abusou de ângulos diferentes, como, por exemplo, a filmagem de dentro da garrafa de água. As cenas foram perfeitamente montadas e os mínimos detalhes ficam evidentes nas quedas, corredeiras de água e desmoronamentos.
Baseado em uma história real, o filme conta a aventura trágica do alpinista Aron Ralston que, em abril de 2003, colocou sua mochila nas costas e partiu sozinho para explorar uma área montanhosa no deserto de Utah (nos Estados Unidos). Acostumado a praticar esportes radicais, ele não poderia imaginar que um deslizamento o deixaria cinco dias com o braço preso embaixo de uma rocha. Uma atuação excelente de James Franco, que faz o espectador se colocar no lugar do personagem e compartilhar seus sentimentos e aflições
Além disso, Boyle utiliza no filme mudanças repentinas de zoom, cortes rápidos, jogadas de câmera e recursos sonoros que retratam a dor e a intensidade do personagem.
127 horas é uma bela história de superação, que agrada e comove até mesmo aqueles que conhecem o angustiante desfecho. O filme nos faz refletir sobre a importância da vida e entender que somos capazes de vencer todos os obstáculos. Basta querer....
****Confira o trailer:
O alpinista Aron Ralston passa maus momentos em sua aventura
Em colaboração com o NOVA ESTAMPA, a internauta e estudante de Jornalismo, Taysa Yasmim dos Santos, enviou o seguinte texto sobre o filme 127 horas:
127 Horas (2010, dir. Danny Boyle) não foi o grande ganhador do Oscar, mas posso dizer que Danny Boyle acertou em cheio nesse filme. Foram as 127 horas mais certeiras de sua vida.
Além da história emocionante, aventureira, surpreendente, empolgante, um diferencial é o enquadramento. Boyle abusou de ângulos diferentes, como, por exemplo, a filmagem de dentro da garrafa de água. As cenas foram perfeitamente montadas e os mínimos detalhes ficam evidentes nas quedas, corredeiras de água e desmoronamentos.
Baseado em uma história real, o filme conta a aventura trágica do alpinista Aron Ralston que, em abril de 2003, colocou sua mochila nas costas e partiu sozinho para explorar uma área montanhosa no deserto de Utah (nos Estados Unidos). Acostumado a praticar esportes radicais, ele não poderia imaginar que um deslizamento o deixaria cinco dias com o braço preso embaixo de uma rocha. Uma atuação excelente de James Franco, que faz o espectador se colocar no lugar do personagem e compartilhar seus sentimentos e aflições
Além disso, Boyle utiliza no filme mudanças repentinas de zoom, cortes rápidos, jogadas de câmera e recursos sonoros que retratam a dor e a intensidade do personagem.
127 horas é uma bela história de superação, que agrada e comove até mesmo aqueles que conhecem o angustiante desfecho. O filme nos faz refletir sobre a importância da vida e entender que somos capazes de vencer todos os obstáculos. Basta querer....
****Confira o trailer:
quarta-feira, 2 de março de 2011
Em busca do desconhecido
(Foto: fuckingweblog.blogspot.com)
Os quatro amigos em sua jornada particular
Desculpe, mas tenho que dizer: quem não assistiu a Conta comigo (1986, dir. Rob Reiner) não teve infância ou adolescência. É o tipo de filme que se precisa conhecer em algum momento de sua vida.
Campeã da Sessão da Tarde, essa produção trazia um jovem River Phoenix ainda em início de carreira. Posteriormente, ele se tornaria um ator famoso que teria uma carreira muito curta (morreu de overdose em 1993), mas significativa. Só o fato de ter estrelado Conta comigo já valeu a pena. Afinal, estou falando de um filme que ajuda a entender o difícil processo de amadurecimento do homem.
Acompanhar a trajetória de um grupo de amigos em busca de um cadáver atropelado significa entrar num mundo sinuoso e misterioso, onde o risco e o medo fazem parte da vida.
Antes de terminar, um aspecto curioso: trata-se da adaptação de um dos poucos romances de Stephen King que não são exatamente de Terror.
****Confira o trailer e assista ao filme:
Os quatro amigos em sua jornada particular
Desculpe, mas tenho que dizer: quem não assistiu a Conta comigo (1986, dir. Rob Reiner) não teve infância ou adolescência. É o tipo de filme que se precisa conhecer em algum momento de sua vida.
Campeã da Sessão da Tarde, essa produção trazia um jovem River Phoenix ainda em início de carreira. Posteriormente, ele se tornaria um ator famoso que teria uma carreira muito curta (morreu de overdose em 1993), mas significativa. Só o fato de ter estrelado Conta comigo já valeu a pena. Afinal, estou falando de um filme que ajuda a entender o difícil processo de amadurecimento do homem.
Acompanhar a trajetória de um grupo de amigos em busca de um cadáver atropelado significa entrar num mundo sinuoso e misterioso, onde o risco e o medo fazem parte da vida.
Antes de terminar, um aspecto curioso: trata-se da adaptação de um dos poucos romances de Stephen King que não são exatamente de Terror.
****Confira o trailer e assista ao filme:
terça-feira, 1 de março de 2011
O erro correto
(Foto: http://cinemacomrapadura.com.br)
De vítimas a perseguidoras em À prova de morte
À prova de morte (2007, dir. Quentin Tarantino) não é o melhor filme de Tarantino, mas reúne movimentadas cenas de perseguição de carros, uma batida espetacular e reviravolta no enredo. Tudo isso salva o restante do longa-metragem.
Para quem é fã do cinema de Tarantino, estão lá todos os ingredientes que caracterizam seu estilo: diálogos diferentes, cenas aparentemente sem sentido, referências a filmes desconhecidos do grande público e pequenas obsessões.
O problema é que o diretor norte-americano, vidrado no cinema marginal dos anos 70, exagerou no tamanho dos diálogos e nas cenas desnecessárias.
Mas, a ideia do vilão se tornar vítima foi uma sacada genial. Digamos que o filme fez um giro de 360 graus e modificou totalmente o principal eixo dramático. Isso prova que mesmo quando um grande diretor erra, ele acerta.
*****Confira o trailer:
De vítimas a perseguidoras em À prova de morte
À prova de morte (2007, dir. Quentin Tarantino) não é o melhor filme de Tarantino, mas reúne movimentadas cenas de perseguição de carros, uma batida espetacular e reviravolta no enredo. Tudo isso salva o restante do longa-metragem.
Para quem é fã do cinema de Tarantino, estão lá todos os ingredientes que caracterizam seu estilo: diálogos diferentes, cenas aparentemente sem sentido, referências a filmes desconhecidos do grande público e pequenas obsessões.
O problema é que o diretor norte-americano, vidrado no cinema marginal dos anos 70, exagerou no tamanho dos diálogos e nas cenas desnecessárias.
Mas, a ideia do vilão se tornar vítima foi uma sacada genial. Digamos que o filme fez um giro de 360 graus e modificou totalmente o principal eixo dramático. Isso prova que mesmo quando um grande diretor erra, ele acerta.
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