quarta-feira, 27 de julho de 2011

As duas faces de Hugh Grant

(Imagem: www.adorocinema.com.br)
No filme Um grande garoto, Grant é obrigado a conviver com um menino muito estranho


Nos últimos anos, o ator Hugh Grant tem se especializado em papéis que se distanciam daquele estereótipo do “galã inglês em filme norte-americano”: irônico, sarcástico e bon vivant. A mudança é perceptível, inclusive, no corte de cabelo (com o passar do tempo, aposentou aquele topetinho infame).

Dois bons exemplos disso: os personagens principais dos filmes Um grande garoto (2002, dir. Chris e Paul Weitz) e Letra e Música (2007, dir. Marc Lawrence). No primeiro, ele vive Will Freeman, um quase quarentão que nunca trabalhou de verdade na vida. Graças aos direitos autorais de um sucesso musical de seu pai, não precisa trabalhar e leva uma vida entregue ao ócio e às conquistas amorosas.

Apesar de sustentá-lo, ele odeia a tal música, que é uma cantiga típica de Natal.

Sua vida começa a mudar um pouco quando conhece o menino Marcus e a mãe suicida deste. A convivência meio forçada com eles inicia uma quase transformação sentimental no personagem de Grant. A partir disso, o filme segue um caminho meio conservador, perdendo o frescor anterior.

Mas, no fim, salvam-se as tiradas sarcásticas de Will e sua narrativa em Off. Tudo isso temperado com muito humor negro e cenas meio cool.

Já no segundo filme, Grant é Alex Fletcher, uma ex-estrela do rock dos anos de 1980. Esquecido pelo grande público e condenado a shows saudosistas, com aquelas “jovens senhoras”, resta-lhe uma chance única: compor uma canção para uma famosa cantora excêntrica (inspirada provavelmente em gente como Britney Spears).

O único problema é que faz dez anos que não compõe coisa alguma. Precisa de um letrista. Aí entra em cena Sophie Fisher, personagem vivido por Drew Barrymore, com quem cria uma parceria inusitada.

Além dos comentários espirituosos de Fletcher, destaque para o videoclipe produzido especialmente para o filme. Estrelado pela fictícia banda Pop, o material capta com perfeição o espírito daqueles clipes oitentistas: atuações vergonhosas, cores e figurino berrantes, “música de tecladinho”. Mesmo assim, é muito engraçado!

E tudo isso com direito a uma dancinha impagável: “Pop! Goes my Heart”.


****O melhor de Letra e Música é o videoclipe produzido especialmente para o filme:

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