quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O rock debochado de Dussek está a caminho de Guarapuava

Há mais de 30 anos na estrada da música, o cantor, compositor e ator Eduardo Dussek continua com uma carreira de fôlego, participando de novelas da Globo (seja como ator ou compositor), fazendo shows e gravando novos trabalhos (o mais recente deles foi o DVD É Show!). Assim, ele atravessa o século 21 com muita vitalidade.

Apesar disso, os anos 80 podem ser considerados a época de maior popularidade do artista na música brasileira. Naquele período, participou da primeira edição do Rock in Rio, tocou em rádios, foi notícia em jornais, revistas e TV, vendeu muitos discos. E tomou parte na formação do chamado Rock BR.

Duas vertentes podem ser destacadas do rock and roll produzido no Brasil dos anos 80. De um lado, a linha “séria”, preocupada com a denúncia social e os problemas do jovem daquela época. Era o rock politizado de bandas como Plebe Rude, Legião Urbana e Ira!

Do outro, a turma do Rio de Janeiro, com seu bom humor e ingenuidade, tanto nas letras quanto na sonoridade. Era o caso da Blitz de Evandro Mesquita (hoje, o Paulão da Grande Família) e do Kid Abelha. Em São Paulo, o melhor representante foi o Ultraje a Rigor de Roger Rocha Moreira (atualmente, banda de apoio do programa Agora é Tarde).

E é nessa vertente irreverente que Dussek pode ser enquadrado. Ele próprio explica que a matriz comum para muitos deles era o Teatro Besteirol, um tipo de produção dramatúrgica no Rio de Janeiro que revelou grandes nomes para o cenário artístico. Um deles foi Evandro Mesquita.


(foto: blognotasmusicais.blogspot.com)


Mas o que chama atenção nessa produção, principalmente no teatro, era a vontade de reagir ao status quo de então. “Surgiu uma série de artistas que aplicou esse humor justamente quando o governo militar começava a decair, a censura ainda existia e o jovem não conseguia se exprimir. Foi aí que surgiu uma nova linguagem, que dava vazão aos anseios dele. Ninguém aguentava mais ‘música de protesto’”, avalia Dussek.

E um artista fundamental na caminhada dessa nova geração foi Ney Matogrosso. Na voz dele, muitas composições do artista carioca vieram a público. “O Ney foi o primeiro de fato a gravar e lançar minhas músicas no mercado. Inclusive, foi o primeiro artista sério a apostar naquela geração debochada que estava surgindo nos anos 80”, explica.

Assim, com canções ao estilo de “Cantando no Banheiro”, Dussek produziu um tipo de rock mais engraçado, leve e contagiante.

SHOW EM GUARAPUAVA
Para quem quiser conhecer um pouco da história de Eduardo Dussek, não pode perder a apresentação única do artista em Guarapuava.

O show será nesta sexta-feira (30), durante a premiação do Festival Universitário da Canção, no auditório Francisco Contini do câmpus Santa Cruz da Unicentro.

Os ingressos estão à venda na Livraria do Chain daquele câmpus, ao custo de R$ 30,00, a entrada inteira, e R$ 15,00, a meia. Quem comprar um ingresso inteiro, ganha outro.

Com início às 20 horas, a apresentação de Eduardo Dussek também marca a turnê de lançamento de seu primeiro DVD, o É Show!.

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