Nascido em agosto de 1944, se estivesse ainda vivo, Paulo Leminski completaria 67 anos nesta quarta-feira (24). Criado em Curitiba, mas com uma cabeça cosmopolita, principalmente pela influência da poesia Concreta de São Paulo e pela poesia oriental, Leminski incomodou muito a inteligência paranaense de sua época.
Poeta, tradutor, crítico literário, agitador cultural, professor de cursinho, publicitário e judoca, ele conseguiu gravar seu nome na tradição literária brasileira contemporânea, junto com Chacal e Ana Cristina César (na poesia) e Haroldo de Campos (na prosa poética). É o que pensa o professor de Literatura Brasileira da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) e pesquisador da obra leminskiana, Cláudio José de Almeida Mello.
Para Mello, a grande marca da obra de Leminski é o experimentalismo estético, principalmente em obras como Catatau (1975), uma mistura do romance com a subjetividade e a abstração da poesia. “É uma invenção em termos do gênero do romance. É uma obra complexa e teórica, já que carrega no subtítulo sua melhor definição: 'romance-ideia'”, argumenta.
Com uma trajetória de inquietação e experimentação, Leminski levou uma vida intensa, entregue à boemia. Se fosse ainda vivo, estaria com 67 anos. Fica a pergunta: como seria seu comportamento artístico nos dias de hoje?
“Como ele levava muito a sério sua poesia, produziria uma obra ainda muito mais importante do que já era naquela época”, afirma Mello.
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